quinta-feira, 26 de junho de 2025

Cães de Aluguel

Título no Brasil: Cães de Aluguel
Título Original: Reservoir Dogs
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Live Entertainment
Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino, Roger Avary
Elenco: Harvey Keitel, Tim Roth, Michael Madsen, Chris Penn, Steve Buscemi, Quentin Tarantino 

Sinopse: 
Seis criminosos se reúnem para colocar em prática um ousado roubo de diamantes. Para se identificarem usam nomes associados a cores, baseadas em seus temperamentos. Os planos porém não saem como eram imaginados. A polícia consegue entrar no meio do caminho. Agora, irascíveis e violentos, eles fazem um policial de refém em um balcão abandonado. O desafortunado tira logo se torna alvo do sadismo incontrolável de Mr. Blonde (Michael Madsen). A tensão assim vai crescendo e se tornando insustentável, caminhando para um desfecho que logo se tornará um grande banho de sangue.

Comentários:
Esse foi o primeiro filme de repercussão da carreira do diretor Quentin Tarantino. Na época ele era apenas um diretor completamente desconhecido que só havia dirigido dois filmes antes (um deles inacabado justamente por falta de recursos). Tarantino achava que tinha um grande roteiro em mãos, e foi à luta em busca de alguém que acreditasse no filme. Acabou encontrando apoio no ator Harvey Keitel que realmente ficou fascinado com o material, com o texto e com os ótimos diálogos (que se tornariam a marca registrada de Quentin Tarantino em toda a sua carreira). Após decidir que faria a produção, Harvey Keitel saiu em busca de financiamento ao lado de Tarantino e conseguiu levantar pouco mais de um milhão de dólares de orçamento (uma mixaria em termos de Hollywood). Na base da amizade convocou os demais atores, todos amigos dele (inclusive os excelentes Tim Roth e Michael Madsen). Assim que foi lançado o filme chamou a atenção da crítica por ser visceral, cru e muito violento. Isso porém não era o principal pois "Cães de Aluguel" também trazia uma linguagem diferenciada, bem distante do que se fazia na época em termos de filmes policiais. Inicialmente no circuito alternativo e depois no mercado comercial a produção foi ganhando cada vez mais admiradores, consolidando o caminho de Quentin Tarantino rumo ao estrelato e ao sucesso, posição que até hoje ocupa. Revisto hoje em dia, mais de vinte anos depois de sua chegada aos cinemas, "Reservoir Dogs" ainda mantém o impacto por ser uma obra muito original e esteticamente inovadora. Sua violência nunca se mostra gratuita mas estilizada, invocativa. Um Tarantino de estirpe.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 25 de junho de 2025

O Limite da Traição

Título no Brasil: O Limite da Traição
Título Original: Extreme Prejudice
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Carolco, Columbia Pictures
Direção: Walter Hill
Roteiro: John Milius, Fred Rexer
Elenco: Nick Nolte, Powers Boothe, Michael Ironside

Sinopse:
Jack Benteen (Nick Nolte) é um xerife durão de uma cidadezinha do Texas que acaba descobrindo que sua região, antes pacata e pacífica, está agora na rota do tráfico de drogas entre México e Estados Unidos. Para piorar o chefe da quadrilha de traficantes internacionais é um velho conhecido do xerife, desde os tempos em que ambos serviram o exército americano na guerra do Vietnã. Agora estão em lados opostos da lei.

Comentários:
Exemplo de bom policial dos anos 80, cinema macho à prova de falhas. O roteiro é de John Milius, diretor de "Conan, o Bárbaro" e "Amanhecer Violento". A direção foi entregue ao especialista Walter Hill, que dirigiu verdadeiras pedradas do gênero como por exemplo "Inferno Vermelho" e "Ruas de Fogo". Para completar o pacote de testosterona o filme é estrelado por Nick Nolte, com cara de poucos amigos. Com tantos elementos favoráveis o espectador já sabe de antemão que encontrará coisa boa, acima da média dos filmes policiais da época. A produção inclusive pede emprestado vários elementos dos filmes de faroeste, como o ambiente hostil e desértico e a lei da selva, onde apenas o mais forte sobreviverá. A fita fez sucesso, tanto no mercado de VHS como nos cinemas brasileiros onde chegou a ser lançada. Revisto hoje em dia mantém o charme de uma época em que o cinema não tinha vergonha de ser macho até o último fio de cabelo. Se é o que você está procurando não tenha receios de assistir.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Conduzindo Miss Daisy

Quando "Conduzindo Miss Daisy" venceu o Oscar de Melhor Filme muitos ficaram surpresos. O filme era considerado o azarão daquele ano e conseguiu superar todos os favoritos. Produção pequena, mas muito charmosa, "Conduzindo Miss Daisy" mostrava a relação de amizade que se prolongava por muitos anos entre a senhora branca do título e seu chofer negro. O filme é cativante e trata a questão racial com extremo cuidado e bom gosto. O fato de ter vencido o Oscar não deveria ter surpreendido tantos assim. O problema do racismo, principalmente em Estados do Sul dos EUA, jamais foi superado de verdade, ainda é uma chaga aberta naquela sociedade. O roteiro ao mostrar uma amizade verdadeira entre um negro e uma branca tocou fundo novamente no problema, levando a simpatia dos membros da Academia, sempre dispostos a premiar filmes que tenham a coragem de tocar em assuntos polêmicos e relevantes. 

Esse também é um filme de atuações, acima de tudo. O roteiro se apóia quase que inteiramente entre a relação de amizade dos personagens interpretados por Morgan Freeman e Jessica Tandy. Ambos estão muito inspirados em cena, esbanjando talento e carisma. Para Jessica Tandy em particular a produção pode ser considerada uma justiça tardia feita em homenagem à longa carreira da atriz nos palcos e telas. Embora muito respeitada no meio teatral americano Jessica Tandy jamais conseguiu se tornar uma estrela de primeira grandeza no cinema, embora fosse mais talentosa que muitas delas. De certo modo foi uma atriz injustiçada pelo cinema ao longo de sua extensa carreira artística. O Oscar que recebeu por sua interpretação de Miss Daisy foi de certa forma um pedido de desculpas da indústria de cinema americano em relação a ela, por ter sido tão subestimada por tantos anos. Morgan Freeman também foi indicado mas não conseguiu levar o Oscar para casa. Idem Dan Aykroyd, um ator de comédias, que conseguiu pela primeira e única vez uma indicação ao prêmio. "Conduzindo Miss Daisy" acabou sendo indicado a nove prêmios e venceu quatro (Filme, Atriz, Roteiro Adaptado e Maquiagem). Também venceu o Globo de Ouro de Melhor Filme e Melhor Atriz (Jessica Tandy). Com tanto reconhecimento não precisa mais de recomendação. Tudo é extremamente delicado e bem escrito. Mostra acima de tudo que basta um roteiro bem desenvolvido, bem trabalhado para realizar um belo filme, aqui no caso um pequeno belo filme, quase um poema cinematográfico. Merece ser redescoberto.  

Conduzindo Miss Daisy (Driving Miss Daisy, Estados Unidos, 1989) Direção: Bruce Beresford / Roteiro: Alfred Uhry, baseado em sua própria peça teatral / Elenco: Jessica Tandy, Morgan Freeman, Dan Aykroyd, Patti LuPone, Esther Rolle / Sinopse: O filme retrata a longa amizade de uma senhora branca do sul dos EUA, Miss Daisy (Jessica Tandy), e seu chofer negro, Hoke Colburn (Morgan Freeman).  

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de junho de 2025

O Último Imperador

Superprodução que conta a vida do último imperador da China, Aisin-Gioro Puyi (John Lone). Como se sabe após séculos de uma dinastia forte e centralizadora a revolução socialista explodiu naquele país sendo a partir daí implantado um regime comunista linha dura que persiste até os dias atuais. Nesse processo o antigo regime veio abaixo. O imperador foi deposto e levado a ser doutrinado pela nova ideologia de poder. Embora discuta o tema político pois seria impossível realizar um filme com esse tema sem tocar nesse tipo de questão, O Último Imperador procura se focar mais na questão humana, no lado mais pessoal do monarca que se vê destituído de todos os seus poderes da noite para o dia terminando seus dias de vida como um simples jardineiro.  Para quem era dono de um império continental é uma mudança brutal. Curioso é que nessa mudança de status um aspecto chama a atenção. Provavelmente se fosse um ocidental esse monarca decaído provavelmente faria alguma besteira com sua própria vida mas o modo de viver e pensar dos orientais é bem diferente do nosso, ele acabou aceitando a mudança. De certa forma até agradecido ao novo regime pois tinha caído em mãos de outro regime extremamente brutal, o soviético, que não pensou duas vezes em liquidar sua própria monarquia deposta, os Romanovs.

Deixando essa nuance mais filosófica de lado é importante chamar a atenção do espectador para a luxuosa produção de “O Último Imperador”. O filme foi o primeiro a ter autorização de realizar filmagens na chamada cidade proibida. Essa era uma enorme área no centro da capital chinesa ao qual era permanentemente proibida a entrada do povo chinês. Vivendo lá dentro com todo o luxo e riqueza que se podia imaginar, ficavam os nobres do país, completamente isolados da plebe. O local, hoje tornado atração turística, realmente dá uma dimensão da pompa e riqueza sem fim da dinastia chinesa. Tudo é ricamente trabalhado, detalhado, com uma arquitetura maravilhosa que chama muito a atenção por sua beleza e harmonia. Não é à toa que o filme tenha vencido tantos Oscars. Realmente é uma produção classe A, com o melhor que pode ter em termos de cinema espetáculo. O elenco de apoio também é excepcional, com destaque para o veterano Peter O´Toole, que a despeito dos anos ainda mantém todo seu talento intacto. O filme venceu todos os prêmios importantes em seu ano de lançamento, Globo de Ouro, Bafta, César e levou para o estúdio os Oscars de melhor filme, diretor (para o mestre Bertolucci), fotografia (Vittorio Storaro), direção de arte, figurino, edição,  trilha sonora (que também levou o Grammy), melhor som e roteiro adaptado. Em suma, não deixa de conhecer esse maravilhoso momento do cinema da década de 80. Um filme com ares dos grandes épicos do passado.

 

O Último Imperador (The Last Emperor, Reino Unido, França, China, Estados Unidos, Itália, 1987) Direção: Bernardo Bertolucci / Roteiro:  Mark Peploe, Bernardo Bertolucci / Elenco: John Lone, Joan Chen, Peter O'Toole, Ryuichi Sakamoto / Sinopse: Cinebiografia do último imperador da China, Aisin-Gioro Puyi (John Lone). Deposto por um novo regime ele passa seus últimos dias como um humilde trabalhador braçal em seu antigo império sob ruínas.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Platoon

Quando era apenas um jovem entusiasmado pela honra de servir ao seu país, Oliver Stone se alistou no exército norte-americano na mesma época em que se agravava a Guerra do Vietnã. Voluntário, idealista, Stone iria encontrar nas selvas asiáticas o oposto do que ansiava: tropas despreparadas, negros e pobres, oficiais sem direção, abuso de drogas e muita indisciplina. Um caos. Mergulhado no meio do inferno daquele conflito ele conseguiu sobreviver, saindo ileso do campo de batalha. De volta aos EUA resolveu exorcizar tudo o que passou escrevendo o roteiro desse "Platoon". Apesar de tudo o filme não é integralmente autobiográfico como muitos pensam. Stone certamente tirou muito de sua experiência pessoal e inseriu no texto porém ao mesmo tempo criou personagens totalmente de ficção para dar suporte dramático ao enredo. O que se vê nas telas é um choque. O cinema americano já havia mostrado o horror dessa guerra insana e inglória antes, principalmente em "Apocalypse Now", a obra prima de Francis Ford Coppola, mas "Platoon" vinha para inaugurar um novo ciclo. 

Depois de seu sucesso de público e crítica os estúdios correram atrás e produziram diversas fitas cujo tema girava em torno da intervenção americana naquele país sem importância do sudeste asiático. Depois que Stone visitou as selvas em "Platoon" outros grandes cineastas seguiram pelo mesmo caminho como Stanley Kubrick e o ótimo "Nascido Para Matar". O enredo de "Platoon" gira em torno de Chris (Charlie Sheen), jovem americano que se alistou voluntariamente no exército por puro patriotismo. Enviado para o Vietnã ele sente na própria carne a decadência das forças armadas de seu país. Lá encontra dois sargentos que são opostos entre si. Barnes (Tom Berenger) é um sujeito linha dura, beirando às raias da insanidade causada pela guerra. Do outro lado surge o bondoso Elias (Willem Dafoe), cuja força moral ainda traz um mínimo de dignidade ao seu pelotão. Tentando sobreviver um dia de cada vez Chris aos poucos começa a entender a sordidez das operações, a desumanidade e o universo caótico em que se encontra. "Platoon" foi visto na época de seu lançamento como um acerto de contas da arte cinematográfica com o conflito perdido pelos americanos. A Academia reconheceu a importância do filme e o indicou a sete Oscar, tendo vencido quatro (Melhor filme, diretor, som, montagem). Visto hoje em dia o filme ainda soa bastante relevante dando fundamento ao seu lema publicitário: "O Inferno existe e se chama Guerra".  

Platoon (Platoon, Estados Unidos, 1986) Direção: Oliver Stone / Roteiro: Oliver Stone / Elenco: Charlie Sheen, Willem Dafoe, Tom Berenger, Forest Whitaker, Kevin Dillon, Johnny Depp / Sinopse: Chris (Charlie Sheen) é um jovem americano que decide se alistar no exército na época da guerra do Vietnã. O que presenciará no front irá mudá-lo pelo resto de sua vida.  Filme premiado com o Oscar na categoria de melhor filme.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Jefferson em Paris

Thomas Jefferson (Nick Nolte) é enviado como embaixador dos Estados Unidos para a corte luxuosa do rei Luís XVI em Paris. Enquanto na França se disseminam cada vez mais as ideias revolucionárias em busca de liberdade, Jefferson tenta superar a contradição entre manter boas relações com o sistema da monarquia francesa e o próprio simbolismo que representava pois sua nação naquele momento havia se tornado um exemplo bem sucedido de rompimento com o antigo regime das realezas européias. "Jefferson em Paris" é um bom drama histórico que tenta desvendar aspectos da complexa personalidade de Jefferson. O período enfocado no filme acontece anos antes dele se tornar presidente. Considerado uma pessoa sem sofisticação dentro da corte de Luís XVI a principal missão do diplomata naquele momento era realmente trazer maior reconhecimento para os Estados Unidos, que nada mais era naquela época do que uma jovem nação que procurava se organizar após se livrar do imperialismo colonial inglês.

A figura de Thomas Jefferson é das mais interessantes do ponto de vista histórico. Considerado um dos pais da América, Jefferson era um símbolo de liberdade mas ao mesmo tempo mantinha escravos em sua enorme fazenda. Seu caso com a escrava Sally Hemings, de apenas 15 anos, ainda hoje desperta constrangimento a historiadores americanos, sempre tão ciosos em preservar a memória dos grandes nomes de sua história. O fato porém é que certas verdades não podem ser escondidas. Jefferson teve filhos com suas escravas e a despeito de sua genialidade (foi um dos principais autores da carta de independência americana, era criativo e muito interessado em ciência), essa mancha em sua biografia não pode ser varrida para debaixo do tapete. O filme por sua vez é muito bem realizado, com ótima reconstituição de época e em nenhum momento ofende a inteligência do espectador. Felizmente o ufanismo e a patriotada, tão comuns em filmes que mostram grandes personagens da história americana como esse, também está sob controle. Dito isso fica a recomendação desse belo filme que seguramente vai lhe trazer um pouco mais de cultura histórica.

Jefferson em Paris (Jefferson in Paris, Estados Unidos, 1995) Direção: James Ivory / Roteiro: Ruth Prawer Jhabvala / Elenco: Nick Nolte, Greta Scacchi, Gwyneth Paltrow / Sinopse: Thomas Jefferson (Nick Nolte) é enviado como embaixador dos Estados Unidos para a corte luxuosa do rei Luís XVI em Paris. Lá buscará por reconhecimento para seu país, a jovem nação americana.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de maio de 2025

Os Eleitos - Onde o Futuro Começa

Título no Brasil: Os Eleitos - Onde o Futuro Começa
Título Original: The Right Stuff
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Philip Kaufman 
Roteiro: Philip Kaufman
Elenco: Sam Shepard, Scott Glenn, Ed Harris, Dennis Quaid, Fred Ward, Lance Henriksen

Sinopse:
Baseado em fatos reais, o filme mostra a história de um grupo de cientistas, astronautas e políticos empenhados em superar a rival União Soviética na conquista do espaço. Dando prosseguimento ao projeto Mercury esses pioneiros tentaram levar a corrida espacial até os seus limites. Filme indicado a oito Oscars, inclusive Melhor Filme, Fotografia, Direção de Arte e Ator (Sam Shepard). Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Som, Edição, Efeitos Especiais e Música. Também indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Filme - Drama.

Comentários:
Certamente um dos mais completos filmes sobre a corrida espacial. Aqui o foco é centrado no chamado projeto Mercury, que nada mais era do que uma resposta americana aos incríveis avanços tecnológicos e espaciais da União Soviética (o bloco comunista liderado pela Rússia e países satélites que deixaram de ser independentes). Para não ficar atrás o governo americano se empenhou ao máximo para conquistar os primeiros êxitos da agência espacial do país. Com isso o Mercury conseguiu finalmente recuperar o ego ferido do povo dos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que abria novos horizontes para a conquista da assim conhecida última fronteira. O roteiro escrito pelo cineasta Philip Kaufman foi elaborado com base no famoso livro de Tom Wolfe. Minucioso nos menores detalhes, a obra acabou se tornando robusta, com 193 minutos de duração. O tom é quase documental, com pouca margem para liberdades históricas e dramáticas. Kaufman optou realmente por mostrar todos aqueles astronautas como homens de carne e osso e não apenas como heróis idealizados da ficção. Assim o espectador passa a acompanhar não apenas os problemas surgidos dentro da missão, mas também os desafios pessoais, familiares e de relacionamento que esses militares enfrentaram naquela época pioneira. A escolha por um filme mais áspero e seco poderá afastar alguns, mas quem realmente se interessar por história será plenamente presenteado com um grande filme, uma produção essencial para entender aqueles anos em que o homem tencionou vencer seus próprios limites ao se lançar rumo ao espaço em busca do desconhecido.

Pablo Aluísio.