quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Atração Fatal

Atração Fatal
Dan Gallagher (Michael Douglas) é um homem bem sucedido na profissão e no casamento até que cansado da rotina insuportável da monogamia nupcial resolve ter um caso extraconjugal. A escolhida é uma mulher muito parecida com ele, também bem sucedida e dona de si, a executiva de empresas Alex Forrest (Glenn Close). O problema é que o que deveria ser um caso rápido, sem maiores conseqüências, sai do controle pois ela fica grávida e não aceita mais a rejeição do amante. A partir daí a infidelidade de Dan (Douglas) se torna um verdadeiro inferno pessoal pois sua amante perde o controle, o levando para um confronto definitivo, de proporções gravissimas. “Atração Fatal” foi um grande sucesso de bilheteria e em seu argumento colocava a questão da infidelidade conjugal sob uma perspectiva bem severa, pois a amante mudava completamente de personalidade, de uma mulher atraente e moderna acabava se transformando numa verdadeira insana, psicopata, capaz dos gestos mais absurdos para se vingar do amante que a abandonara.

Na época de seu lançamento muito se falou do moralismo embutido no roteiro que passava a mensagem de que homens infiéis deveriam ser punidos sem perdão. Além disso o filme chegou nos cinemas logo no momento em que a AIDS ganhava cada vez mais espaço nos jornais e noticiários. A nova doença vinha para colocar um ponto final na promiscuidade sem freios dentro da sociedade. Assim muitos ligaram esses eventos ao próprio filme e o classificaram como uma obra moralista e cafona. Não concordo completamente com esse tipo de análise. De fato “Atração Fatal” não passava de um thriller como tantos outros que o cinema americano lançava todos os anos. A falta de noção de Alex (Close) após ser abandonada reforçava ainda mais esse aspecto pois não existem thrillers sem algum psicopata por perto. Coube a ela esse papel. E a ligação com a AIDS era realmente meramente circunstancial. De qualquer modo o filme parece ter resistido bem ao tempo. Seu clima de marketing publicitário (fruto da escola em que o diretor Adrian Lyne se formou) torna a experiência de rever “Atração Fatal” ainda mais interessante. Não é o melhor papel da carreira de Glenn Close (ela é muito mais talentosa do que vemos em cena) mas certamente é um de seus personagens mais populares. Assim fica a recomendação de “Atração Fatal”, interessante filme que inclusive pode ser exibido por esposas levemente desconfiadas aos seus maridos. Quem sabe eles não mudem de idéia antes de “pular a cerca”...

Atração Fatal (Fatal Attraction, Estados Unidos, 1987) Direção: Adrian Lyne / Roteiro: James Dearden / Elenco: Michael Douglas, Glenn Close, Anne Archer, Ellen Hamilton Latzen / Sinopse: Homem bem sucedido (Michael Douglas) na carreira resolve se aventurar num caso extraconjugal o que lhe trará enormes problemas pela frente.

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de novembro de 2025

Até os Fortes Vacilam

Título no Brasil: Até os Fortes Vacilam
Título Original: Tall Story
Ano de Produção: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Joshua Logan
Roteiro: Julius J. Epstein, Howard Lindsay
Elenco: Anthony Perkins, Jane Fonda, Ray Walston, Marc Connelly, Anne Jackson, Murray Hamilton, Robert Redford

Sinopse:
Ray Blent (Anthony Perkins) é um desportista da liga universitária que só tem um desejo em sua vida: se formar e se tornar um bom jogador de basquete. Seus planos mudam quando entra em cena June Ryder (Jane Fonda), também estudante como ele. Esperta e manipuladora, ela acaba se envolvendo numa maneira peculiar de ganhar uma bela bolada de forma rápido e fácil, levando Ray a entrar num esquema de subornos envolvendo manipulação de jogos em casas de apostas. Sua escolha porém trará consequências imprevisíveis para todos os envolvidos.

Comentários:
Um curioso filme dirigido pelo veterano cineasta Joshua Logan que contou em seu elenco com um bom time de atores liderados pela casal Anthony Perkins e Jane Fonda. Curiosamente "Tall Story" foi lançado no mesmo ano do grande filme da carreira de Perkins, o clássico absoluto do mestre do suspense Alfred Hitchcock, "Psicose". Os personagens são até levemente parecidos; claro que o universitário interpretado por Perkins aqui não é um psicopata mas ele surge tão tímido e inseguro como o clássico Norman Bates. Ao contrário do título nacional o Ray Blent de Anthony Perkins não é um forte mas sim um fraco, um sujeito que sucumbe à beleza de uma bonita garota, entrando em um esquema enrolado de corrupção esportiva. Já Jane Fonda está linda em cena, bem jovem e esbanjando carisma. Esse foi seu primeiro filme, arranjado pelo pai, Henry Fonda, que inicialmente não queria que ela seguisse a carreira de atriz mas que depois viu que nada poderia fazer contra sua vontade. Já que não tinha como mudar seu ponto de vista o jeito foi ajudar. Sua estréia é das mais simpáticas, embora o enredo seja levemente bobinho.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Anna Karenina

Anna Karenina
O livro “Anna Karenina” é uma das obras mais famosas do autor Lev Nikolayevich Tolstoi (1828 - 1910). Publicado originalmente em 1875 o romance não é o mais expressivo do escritor (papel que cabe a “Guerra e Paz” de 1865) mas certamente sempre foi um dos preferidos da sétima arte onde já se contam seis adaptações ao longo dos anos (a primeira data de 1935 e a última de 1997). Agora chega às telas brasileiras mais uma versão, dessa vez dirigida pelo excelente cineasta Joe Wright de “Orgulho e Preconceito” e “Desejo e Reparação”, ambos filmes realizados ao lado de sua atriz preferida, a talentosa Keira Knightley, parceria que se repete mais uma vez aqui. O cinema de Wright é elegante, charmoso e muito sofisticado. Ele havia tentando entrar na indústria americana com seus dois filmes anteriores, “O Solista” e “Hanna”, mas agora volta para sua zona de conforto, onde realmente brilha, em adaptações de obras literárias famosas como esse “Anna Karenina”.

O enredo mostra a paixão que uma aristocrata, Anna Karenina (Kiera Knightley), nutre por um oficial da cavalaria, o Conde Vronsky (Aaron Taylor- Johnson). Ele é filho de uma condessa de alta estirpe. O problema é que Karenina é casada com outro homem, o alto funcionário imperial Karenin (Jude Law), que acaba vendo seu bom nome ser envolvido em um verdadeiro escândalo na corte por causa das aventuras extra-conjugais de sua esposa. Numa Rússia Czarista onde a nobreza vivia em luxos exuberantes enquanto a imensa massa da população sobrevivia na mais absoluta miséria, Anna Karenina toca, mesmo que superficialmente, em questões sociais, morais e políticas. A produção abraça esse ambiente de luxo e ostentação e cada cena logo se torna um colírio aos olhos. Essa adaptação não é extremamente fiel (seria muito complicado levar toda a riqueza de detalhes do livro para as telas) mas mantém um bom nível, muito digno. Já como romance e entretenimento funciona muito bem. Para os que desejam conhecer a obra que lhe deu origem mais a fundo fica a sugestão de ler o texto de Tolstoi que certamente é riquíssimo.

Anna Karenina (Anna Karenina, Estados Unidos, 2012) Direção: Joe Wright / Roteiro: Tom Stoppard / Elenco: Keira Knightley, Jude Law, Aaron Taylor-Johnson, Kelly Macdonald, Matthew Macfadyen / Sinopse: O filme narra o amor extraconjugal que a aristocrata Anna Karenina acaba tendo por um oficial da cavalaria. Casada, seu romance logo se torna um escândalo na corte czarista da Rússia imperial. Vencedor do Oscar de Melhor Figurino. Indicado aos Oscars de Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Direção de Arte.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Razão e Sensibilidade

Título no Brasil: Razão e Sensibilidade
Título Original: Sense and Sensibility
Ano de Produção: 1995
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Ang Lee
Roteiro: Emma Thompson
Elenco: Emma Thompson, Kate Winslet, Hugh Grant, Alan Rickman, James Fleet, Gemma Jones

Sinopse:
Baseado no romance escrito por Jane Austen, o filme "Razão e Sensibilidade" conta a história de Elinor Dame (Emma Thompson). Quando seu pai falece e deixa toda a herança para um filho de outro casamento, ela e suas irmãs, mais sua mae, ficam numa situação financeira bem ruim e isso em um tempo de sua vida que ela é também pressionada para arranjar um marido rico para se casar. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor roteiro adaptado(Emma Thompson).

Comentários:
Tive a oportunidade de assistir no cinema, na época de seu lançamento original. Esse filme é um primor de elegância e estilo. Não poderia ser diferente, uma vez que é a adaptação de um dos maiores clássicos da literatura inglesa, um romance escrito pela genial Jane Austen. Quem conhece sua obra sabe do que se trata. Ela escreveu sobre a sociedade britânica de seu tempo, os valores sociais que imperavam, as pequenas e grande hipocrisias, as dificuldades de ser um mulher inteligente e de personalidade dentro daquele meio social. Em um tempo cheio de muitos preconceitos e costumes rígidos, era extremamente complicado pensar de uma maneira original e até mesmo mais sensata. Esse filme foi um grande sucesso de crítica, sendo considerado um dos melhores de seu ano de lançamento. O detalhe diferenciado é que apesar de ser um material extremamente ligado à cultura da Inglaterra vitoriana, foi dirigido por um oriental, Ang Lee. O surpreendente é que apesar dessas diferenças culturas básicas, o filme como um todo deu muito certo. È um dos melhores dos anos 90, sem dúvida. Além de ter sido premiado com o Oscar de melhor roteiro adaptado, "Razão e Sensibilidade" ainda foi indicado nas categorias de melhor filme, melhor atriz (Emma Thompson), melhor atriz coadjuvante (Kate Winslet), melhor direção de fotografia (Michael Coulter), melhor figurino (Jenny Beavan, John Bright) e melhor música (Patrick Doyle).

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de outubro de 2025

Jane Eyre

Jane Eyre
Jane Eyre é um clássico da literatura inglesa então obviamente o texto do roteiro tem muito pedigree. No fundo é uma estória bem romântica com várias reviravoltas, amores impossíveis, romantismo exacerbado e heróis galantes. Aqui acompanhamos a triste saga de Jane Eyre. Bem nascida tem o azar de ver seus dois pais mortos. Nas mãos de uma parenta megera logo é internada em um colégio interno, daqueles de dar arrepios, com quartos escuros e professoras violentas. Castigo físico é rotina além de muitas horas de estudo e trabalho. Jane então se torna uma moça adulta e ao sair da escola procura um emprego como governanta numa luxuosa propriedade campestre britânica (aqueles casarões que estamos acostumados a ver em filmes e séries britânicas como Downtown Abbey). Aí nesse local ela viverá emoções, paixões e tudo o mais que não convém contar mais para não estragar.

A produção é da BBC Films, então bom gosto e classe refinados é o mínimo a se esperar. A direção é meio burocrática, sem grandes arroubos autorais o que é de se compreender pois o diretor Cary Fukunaga (que apesar do nome é americano) quis apenas contar a estória do livro sem tirar nem colocar nada. Quis ser eficiente e correto. Se não atrapalha também não emociona. Percebi que diante de tanto zelo pela obra original o filme acabou soando frio, gélido, sem grandes emoções. Até mesmo o romance central (que deveria ser um arroubo de paixões descontroladas) se torna morno. De qualquer forma ainda recomendo por causa da bonita produção, dos belos jardins e da chance de conhecer, nem que seja pela tela, a obra da escritora inglesa Charlotte Bront.

Jane Eyre (Jane Eyre, Estados Unidos, 2011) Direção: Cary Fukunaga / Roteiro: Moira Buffini / Elenco: Mia Wasikowska, Jamie Bell e Sally Hawkins / Sinopse: Jane Eyre (Mia Wasikowska) morava com sua tia, e ao ficar órfã é levada para morar em um internato. Quando adulta, ela vai trabalhar como governanta na casa de Edward Rochester (Michael Fassbender) mas em breve o destino mudará completamente sua vida.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Madame Bovary

Madame Bovary
Esse é um drama baseado no famoso livro escrito por Gustave Flaubert em 1857. No mundo da literatura esse romance é considerado o primeiro na nova estética realista que em pouco tempo iria dar origem a toda uma nova escola literária (até mesmo o nosso consagrado autor Machado de Assis seguiria por essa nova vertente). O romance era de fato revolucionário por trazer uma protagonista que rompia com o estereótipo da jovem apaixonada, doce e ingênua, retratada em livros românticos da época. A personagem Emma parecia ser muito mais humana do que as mocinhas idealizadas do passado. Ela tinha muitos defeitos e não se encaixava no velho padrão, o que significava realmente uma ruptura com os antigos autores.

Nesse filme o diretor Sophie Barthes procurou não adaptar todo o enredo do livro original, mas apenas parte dele, o núcleo principal de sua estória. Assim personagens secundários foram eliminados (como a sogra e a filha de Emma na literatura), se concentrando apenas na personalidade sui generis da principal personagem. Emma, aqui interpretada pela atriz Mia Wasikowska (uma de minhas atrizes preferidas dessa nova geração), tem seu passado mostrado em rápidas cenas iniciais. Ela foi órfã, criada em um convento católico. Inicialmente ela pensa se tornar freira, mas depois, com a chegada da juventude, quando atinge a idade de se casar, acaba sendo prometida em casamento a um jovem médico do interior, Charles (Henry Lloyd-Hughes).

O começo de seu casamento é até promissor. O marido é um bom homem, trabalhador e responsável. Infelizmente ele também é completamente destituído de carisma pessoal, um sujeito enfadonho e chato. No fundo Emma não o ama. O casamento foi apenas uma questão de conveniência em sua vida. O tédio que a vida de Emma vai se transformando acaba mudando até mesmo seu jeito de ser. De origem humilde, calada e tímida, ela começa a desenvolver gosto pelo luxo e pela ostentação. Começa a gastar furiosamente, comprando vestidos caros, da moda. Em pouco tempo resolve remodelar toda a sua casa, comprando móveis, tapetes e utensílios vultuosos, algo que seu marido, mesmo sendo um médico, não consegue mais pagar. Pior do que isso, ela começa a flertar com outros homens interessantes da região, como um Marquês que acaba acendendo nela finalmente a chama da paixão em seu coração.

A partir daí começa o desastre. As coisas vão perdendo o rumo e Emma vai se tornando uma pária social, por causa de seu comportamento transgressor. O filme (e obviamente o livro que lhe deu origem) procura sutilmente mostrar as mudanças de comportamento que foram surgindo ao longo do século XIX, quando as mulheres passaram a ter uma postura e uma atitude mais ativas, seguindo seus próprios instintos, não se conformando em ser apenas aquele tipo de dona de casa apagada, vivendo eternamente à sombra do marido ou de um casamento infeliz. Com ótima produção, perfeita reconstituição histórica, excelente trilha sonora incidental (toda ao piano, em peças clássicas), o filme é aquele tipo de produção que vai satisfazer até mesmo os gostos mais sofisticados e exigentes.


Madame Bovary (Madame Bovary, Estados Unidos, Bélgica, Alemanha, 2014) Direção: Sophie Barthes / Roteiro: Felipe Marino (assinando como Rose Barreneche), baseado na obra de Gustave Flaubert / Elenco: Mia Wasikowska, Henry Lloyd-Hughes, Logan Marshall-Green, Paul Giamatti, Laura Carmichael / Sinopse: Emma (Mia Wasikowska) é uma jovem órfã e pobre que após se casar com um médico do interior começa a adquirir o gosto pelo luxo - e pela luxúria, colocando em polvorosa uma pequena cidade de hábitos conservadores do século XIX.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Sonhos de um Sedutor

Título no Brasil: Sonhos de um Sedutor
Título Original: Play It Again, Sam
Ano de Lançamento: 1972
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Herbert Ross
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Diane Keaton, Tony Roberts, Jerry Lacy, Susan Anspach, Jennifer Salt

Sinopse:
Um crítico de cinema de Nova Iorque é abandonado pela esposa que lhe comunica que deseja o divórcio. Agora ele precisa arranjar uma nova namorada e isso definitivamente não vai ser algo fácil de arranjar, mesmo com a ajuda providencial de um casal de amigos e do próprio Humphrey Bogart que sai das telas de cinema para lhe dar uma ajudinha. 

Comentários:
Eu dei boas risadas com esse filme! Para um roteiro que tinha como objetivo justamente esse, não poderia haver elogio maior. Inclusive é um dos filmes preferidos do próprio Allen. Ele recentemente o colocou numa exclusiva lista de seus 10 melhores filmes, assim não há mesmo muito o que discutir. Woody Allen brinca com sua imagem pública e nunca se deu tão bem. O roteiro desse filme foi baseado numa peça escrita para o teatro. Provavelmente por essa razão seja tão divertida já que Allen antes do cinema ganhava a vida se apresentando em pequenos teatros de Nova Iorque. Nessas apresentações ele tinha mesmo que fazer rir seu público ou então era vaiado, colocado pra fora do palco. Inclusive a cena que mais me divertiu foi justamente a que ele recebe uma nova garota em seu apartamento. Essa cena foi tirada diretamente da peça teatral, de forma literal. Ele está totalmente nervoso com a situação, mas tenta disfarçar, o que dá origens a momentos de puro humor físico, o que nem sempre foi do feitio de Allen, que sempre preferiu um tipo de humor mais intelectual. Enfim, se tiver que assistir a apenas um filme dele, escolha esse. A diversão estará garantida. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 14 de outubro de 2025

Diane Keaton (1946 - 2025)

Diane Keaton (1946 - 2025)
Essa semana tivemos a triste notícia de sua morte. Então vamos aqui relembrar os principais momentos de sua carreira e sua vida pessoal. É um guia sobre essa grande atriz. 
Aqui está um perfil completo de Diane Keaton, uma das atrizes mais icônicas e versáteis do cinema norte-americano:

Diane Keaton

Biografia

Diane Keaton nasceu em 5 de janeiro de 1946, em Los Angeles, Califórnia, EUA. Seu nome de batismo é Diane Hall, mas ela adotou o sobrenome “Keaton” (o de solteira da mãe) quando se registrou no sindicato dos atores, pois já havia outra atriz chamada Diane Hall.

Formou-se em Teatro na Neighborhood Playhouse School of the Theatre, em Nova York, e iniciou sua carreira nos palcos antes de se tornar uma estrela de Hollywood. Conhecida por sua originalidade, carisma excêntrico e estilo único, Keaton tornou-se um símbolo de independência feminina no cinema dos anos 1970 em diante.


Estréia no Teatro

Diane Keaton estreou profissionalmente no teatro no final dos anos 1960, participando de produções off-Broadway.
Seu grande destaque veio com a peça “Hair” (1968), musical revolucionário da contracultura.
Pouco depois, em 1969, foi escalada para a peça “Play It Again, Sam” (Sonhos de um Sedutor), escrita e estrelada por Woody Allen. O sucesso dessa montagem a levou ao cinema — repetindo o papel na versão cinematográfica de 1972.


🎬 Principais Filmes

Diane Keaton construiu uma filmografia rica, equilibrando comédias, dramas e romances. Entre seus principais filmes:

  • O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972) – como Kay Adams, esposa de Michael Corleone.

  • Sonhos de um Sedutor (Play It Again, Sam, 1972) – com Woody Allen.

  • O Poderoso Chefão – Parte II (The Godfather: Part II, 1974).

  • Annie Hall (Annie Hall, 1977) – papel que a consagrou e lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz.

  • Interiores (Interiors, 1978).

  • Manhattan (Manhattan, 1979).

  • Reds (Reds, 1981) – indicada ao Oscar por seu papel como Louise Bryant.

  • A Difícil Arte de Amar (Crimes of the Heart, 1986).

  • O Pai da Noiva (Father of the Bride, 1991) e O Pai da Noiva 2 (1995).

  • As Filhas de Marvin (Marvin’s Room, 1996).

  • Alguém Tem que Ceder (Something’s Gotta Give, 2003) – com Jack Nicholson, outra indicação ao Oscar.

  • A Primeira Vista do Amor (Because I Said So, 2007).

  • Book Club: O Clube do Livro (Book Club, 2018) e sua sequência (Book Club: The Next Chapter, 2023).


Prêmios Conquistados

  • Oscar de Melhor AtrizAnnie Hall (1977).

  • Globo de Ouro de Melhor Atriz (Comédia/Romance)Annie Hall (1978) e Something’s Gotta Give (2004).

  • BAFTA de Melhor AtrizAnnie Hall.

  • Prêmio AFI Life Achievement Award (2017) – reconhecimento pelo conjunto da obra.

  • Diversas indicações ao Emmy, SAG Awards e Critics Choice Awards.

Vida Pessoal e Relacionamentos com Famosos

Diane Keaton nunca se casou, algo que ela sempre mencionou com humor e orgulho.
Durante sua vida, teve relacionamentos notórios com figuras importantes do cinema:

  • Woody Allen, durante os anos 1970.

  • Warren Beatty, com quem atuou em Reds (1981).

  • Al Pacino, seu parceiro de cena em O Poderoso Chefão — o relacionamento foi intermitente e terminou nos anos 1980.

Keaton sempre preservou sua privacidade e manteve uma imagem discreta, fora dos escândalos típicos de Hollywood.


Filhos

Diane Keaton adotou dois filhos na década de 1990:

  • Dexter Keaton, adotada em 1996.

  • Duke Keaton, adotado em 2001.
    Ela frequentemente fala sobre como a maternidade tardia transformou sua vida.


Moda e Estilo Pessoal

Keaton é considerada um ícone fashion.
Seu estilo inconfundível combina ternos masculinos, chapéus, gravatas, coletes e roupas oversized, sempre com um toque vintage e elegante.
Desde Annie Hall, seu figurino — criado com a própria contribuição da atriz — influenciou a moda feminina, tornando o estilo andrógino uma tendência mundial.
Ela é conhecida por usar roupas de alfaiataria, cores neutras e acessórios ousados, sendo referência de autenticidade e sofisticação.


Legado

Diane Keaton é uma das atrizes mais respeitadas de Hollywood, símbolo de independência, talento e estilo.
Sua carreira influenciou gerações de atrizes por sua capacidade de transitar entre a comédia romântica e o drama com naturalidade.
Além de atriz, é diretora, produtora e escritora, tendo publicado livros de memórias e de fotografia.
Seu legado ultrapassa o cinema: representa a mulher moderna, criativa e livre das convenções — tanto na arte quanto na vida.

Cronologia da Carreira de Diane Keaton

Década de 1960 – Início no Teatro

  • 1966–1968: Estuda teatro na Neighborhood Playhouse School of the Theatre, em Nova York.

  • 1968: Faz sua estreia profissional no musical Hair, um dos símbolos da contracultura.

  • 1969: Participa da peça Play It Again, Sam, escrita por Woody Allen — peça que muda sua vida profissional.


Década de 1970 – Ascensão e Consagração

  • 1970: Faz pequenas participações em séries e programas de TV.

  • 1972: Estreia no cinema com destaque em Play It Again, Sam (Sonhos de um Sedutor).

  • 1972: É escalada por Francis Ford Coppola para viver Kay Adams em O Poderoso Chefão, papel que a projeta internacionalmente.

  • 1974: Retorna na sequência O Poderoso Chefão: Parte II.

  • 1977: Interpreta Annie Hall no filme homônimo de Woody Allen, pelo qual ganha o Oscar, BAFTA e Globo de Ouro de Melhor Atriz.

  • 1978: Atua em Interiores, um drama familiar de Woody Allen.

  • 1979: Brilha em Manhattan, um dos maiores sucessos de Allen.

Marco: Diane Keaton torna-se ícone do cinema e símbolo do estilo “natural e independente” da mulher moderna dos anos 1970.


Década de 1980 – Reconhecimento e Maturidade

  • 1981: Atua e é indicada ao Oscar por Reds, dirigido por Warren Beatty.

  • 1982: Protagoniza Shoot the Moon, drama familiar elogiado pela crítica.

  • 1984: Faz Mrs. Soffel, drama histórico com Mel Gibson.

  • 1986: Atua em Crimes of the Heart, ao lado de Jessica Lange e Sissy Spacek.

  • 1987: Dirige seu primeiro longa-metragem, Heaven, um documentário filosófico sobre a ideia de paraíso.

  • 1989: Dirige o filme para TV Wildflower, com Patricia Arquette e Reese Witherspoon.

Marco: Expande sua carreira como diretora, demonstrando interesse por temas existenciais e visuais experimentais.


Década de 1990 – Popularidade e Diversificação

  • 1991: Retorna às grandes bilheterias com O Pai da Noiva, com Steve Martin.

  • 1993: Dirige Amelia Earhart: The Final Flight (TV).

  • 1995: Lança O Pai da Noiva 2.

  • 1996: Ganha aclamação com As Filhas de Marvin (Marvin’s Room), ao lado de Meryl Streep e Leonardo DiCaprio — indicada novamente ao Oscar.

  • 1997: Dirige Unstrung Heroes, filme indicado ao Globo de Ouro.

  • 1999: Atua em The Other Sister e Hanging Up (também dirigida por ela).

Marco: Torna-se uma figura estável em Hollywood, transitando entre papéis de mãe e mulher independente, mantendo sempre o prestígio artístico.


Década de 2000 – Reencontro com o Sucesso Popular

  • 2000: Estrela Town & Country com Warren Beatty.

  • 2003: Protagoniza Alguém Tem que Ceder (Something’s Gotta Give), com Jack Nicholson — sucesso mundial e nova indicação ao Oscar e Globo de Ouro.

  • 2005: Atua em O Casamento de Rachel e A Família Stone (The Family Stone).

  • 2007: Estrela a comédia romântica Because I Said So (A Primeira Vista do Amor).

Marco: Reafirma-se como ícone de comédias românticas maduras, mostrando que talento e charme não têm idade em Hollywood.


Década de 2010 – Livros, TV e Reconhecimento

  • 2010: Lança seu livro de memórias Then Again, dedicado à sua mãe.

  • 2013: Publica o livro Let’s Just Say It Wasn’t Pretty, sobre beleza, envelhecimento e autenticidade.

  • 2016: Atua em Love the Coopers e em Finding Dory (voz).

  • 2017: Recebe o AFI Life Achievement Award, a maior honraria do cinema americano.

  • 2018: Retorna com a comédia Book Club, sucesso de público.

Marco: Torna-se referência cultural também como escritora e figura inspiradora para mulheres maduras no entretenimento.


Década de 2020 – Ícone Ativo e Atemporal

  • 2020: Continua aparecendo em produções leves e elegantes, além de entrevistas e eventos sobre cinema e moda.

  • 2023: Lança Book Club: The Next Chapter, sequência do sucesso anterior.

  • Trabalha também em projetos de arquitetura, restauração de casas antigas e fotografia, áreas pelas quais é apaixonada.

Marco: Aos 70+ anos, mantém relevância artística e carisma público, sendo uma das poucas atrizes da Nova Hollywood ainda em plena atividade.


🎬 Como Diretora e Produtora

Diane Keaton dirigiu diversos projetos que exploram o visual, a filosofia e a emoção humana:

  • Heaven (1987) – documentário sobre a ideia de paraíso.

  • Wildflower (1991) – filme para TV indicado ao Globo de Ouro.

  • Amelia Earhart: The Final Flight (1994) – filme biográfico para televisão.

  • Unstrung Heroes (1995) – drama familiar indicado ao Globo de Ouro.

  • Hanging Up (2000) – comédia dramática estrelada por Meg Ryan e Lisa Kudrow.

Além disso, produziu e atuou em diversos projetos independentes e documentários sobre arquitetura e fotografia.


Legado Final

Diane Keaton é um ícone cultural completo:
Atriz premiada e respeitada por críticos e público.
Escritora de sucesso e cronista da vida feminina moderna.
Ícone fashion eterno, com estilo inconfundível e autêntico.
Representante da mulher autônoma, criativa e fora dos padrões convencionais de Hollywood.


sábado, 11 de outubro de 2025

Filmografia Robert Redford


Filmografia Robert Redford

Década de 1960:
Até os Fortes Vacilam (1960)
Obsessão de Matar (1962)
Situação Crítica, Porém jeitosa (1965)
Á Procura do Destino (1965)
Caçada Humana (1966)
Esta Mulher é Proibida (1966)
Descalços no Parque (1967)
Butch Cassidy (1969)
Os Amantes do Perigo (1969)
Willie Boy (1969)

Década de 1970:
As Máquinas Quentes (1970)
Os Quatro Picaretas (1972)
Mais Forte Que a Vingança (1972)
O Candidato (1972)
Nosso Amor de Ontem (1973)
Golpe de Mestre (1973)
O Grande Gatsby (1974)
Quando as Águias se Encontram (1975)
Três Dias do Condor (1975)
Todos os Homens do Presidente (1975)
Uma Ponte Longe Demais (1977)
O Cavaleiro Elétrico (1979)

Década de 1980:
Brubaker (1980)
Um Homem Fora de Sèrie (1984)
Entre Dois Amores (1985)
Perigosamente Juntos (1986)

Década de 1990:
Havana (1990)
Quebra de Sigilo (1992)
Nada é Para Sempre (1992)
Proposta Indecente (1993)
Íntimo e Pessoal (1996)
O Encantador de Cavalos (1998)

Década de 2000:
A Última Fortaleza (2001)
Jogo de Espiões (2001)
Refém de uma Vida (2004)
Um Lugar para Recomeçar (2005)
Leões e Cordeiros (2007)

Década de 2010:
Sem Proteção (2012)
Até o Fim (2013)
Capitão América: O Soldado Invernal (2014)
Por Aqui e Por Ali / Uma Caminhada na Floresta (2015)
Conspiração e Poder (2015)
A Descoberta (2017)
Nossas Noites (2017)
O Velho e a Arma (2018)
Vingadores: Ultimato (2019)

Obs: Listados todos os filmes de cinema em que Robert Redford trabalhou como ator. Não estão incluídos trabalhos em séries de televisão e nem trabalhos de dublagem ou narração em animações, documentários, etc. Também não foram incluídos filmes em que ele apenas trabalhou na direção, sem fazer parte do elenco do filme. 

Pesquisa: Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Descalços no Parque

Título no Brasil: Descalços no Parque
Título Original: Barefoot in the Park
Ano de Produção: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Gene Saks
Roteiro: Neil Simon
Elenco: Robert Redford, Jane Fonda, Charles Boyer, Mildred Natwick 
  
Sinopse:
Um jovem casal recém-casado se muda para um pequeno e frio apartamento em Nova Iorque. Ele, Paul Bratter (Robert Redford), é um advogado em começo de carreira, conservador e presunçoso. Ela, Corie Bratter (Jane Fonda), acaba sendo o extremo oposto dele, uma jovem com ideias liberais, espírito livre e independente, que gosta de fazer tudo o que lhe traga prazer e aventura. Mesmo sendo tão diferentes vão morar juntos nesse prédio localizado no Washington Square Park, onde aprenderão a viver a dura rotina de um casamento. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Mildred Natwick). Também indicado ao Bafta Awards na categoria de Melhor Atriz (Jane Fonda).

Comentários:
Baseado numa peça teatral escrita pelo ótimo Neil Simon, "Barefoot in the Park" é um clássico romântico que se desenvolve na rotina desse casal que, aos poucos, vai descobrindo as delícias e torturas de se viver sob um mesmo teto. Além de possuírem personalidades conflitantes (a ponto inclusive de pararmos para perguntar como se apaixonaram!), eles precisam contornar os pequenos problemas do dia a dia, a rotina maçante e enervante de ter que conviver no cotidiano. Costuma-se dizer que nada é mais eficaz para se destruir um relacionamento e uma paixão do que o próprio casamento! Ironias à parte, o que vale mesmo aqui é a ótima atuação tanto de Robert Redford como de Jane Fonda (interpretando uma personagem que diga-se de passagem é quase uma caricatura de si mesmo, de sua vida real). Ambos estavam jovens e adoráveis e a excelente química deles funciona perfeitamente bem. Só não recomendo o filme para pessoas que não gostam muito de tramas passadas quase que inteiramente dentro de ambientes fechados, com muitos diálogos e jeitão de peça de teatro. O filme é bem isso, por essa razão se esse não for o seu tipo de filme é melhor esquecer. Não que se trate de algo chato, pelo contrário, o humor de Neil Simon alivia bastante esse aspecto, mas o estilo teatral realmente se impõe em vários momentos. No mais, para quem gosta de boas atuações e bom cinema, "Descalços no Parque" é uma ótima pedida para se assistir a dois, mesmo que isso acabe dando margem para intermináveis discussões sobre seu próprio relacionamento amoroso depois com sua companheira.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Robert Redford (1936 - 2025)


Aqui está um perfil completo e atualizado de Robert Redford, um dos artistas mais importantes da história do cinema americano — ator, diretor, produtor e ícone cultural.

🎭 Robert Redford — Biografia Completa

📖 História

Charles Robert Redford Jr. nasceu em 18 de agosto de 1936, em Santa Monica, Califórnia (EUA).
Filho de Charles Redford Sr., contador, e Martha Hart Redford, cresceu em um ambiente de classe média modesta.
Durante a juventude, estudou na University of Colorado, mas abandonou os estudos após se envolver com bebida e perder a bolsa esportiva.
Viajou pela Europa, especialmente França e Itália, onde desenvolveu interesse por arte e teatro.
Ao retornar aos EUA, estudou atuação na American Academy of Dramatic Arts, em Nova York, e começou no teatro antes de chegar à televisão e ao cinema no fim dos anos 1950.


🎬 Principais Filmes da Carreira

Ano Título Papel Observações
1962 War Hunt Ken Estreia no cinema.
1966 Inside Daisy Clover Wade Lewis Primeiro grande destaque em Hollywood.
1967 Barefoot in the Park (Descalços no Parque) Paul Bratter Com Jane Fonda — enorme sucesso de bilheteria.
1969 Butch Cassidy and the Sundance Kid (Butch Cassidy) Sundance Kid Clássico com Paul Newman; consagração mundial.
1972 Jeremiah Johnson Jeremiah Johnson Western de sucesso e marco na carreira.
1973 The Sting (Golpe de Mestre) Johnny Hooker Oscar de Melhor Filme; parceria com Newman.
1973 The Way We Were (Nosso Amor de Ontem) Hubbell Gardiner Drama romântico com Barbra Streisand.
1975 Three Days of the Condor (Três Dias do Condor) Joe Turner Thriller político e um de seus papéis mais lembrados.
1976 All the President’s Men (Todos os Homens do Presidente) Bob Woodward Indicado ao Oscar; marco do cinema político.
1980 Ordinary People (Gente Como a Gente) Diretor Oscar de Melhor Diretor.
1992 A River Runs Through It (Nada É para Sempre) Diretor / Produtor Drama familiar com Brad Pitt.
1994 Quiz Show – A Verdade dos Bastidores Diretor Indicado ao Oscar de Melhor Diretor.
1998 The Horse Whisperer (O Encantador de Cavalos) Tom Booker / Diretor Sucesso de crítica e público.
2013 All Is Lost (Até o Fim) O próprio (“O Homem”) Atuação solo, aclamada mundialmente.
2018 The Old Man & the Gun (Um Ladrão com Estilo) Forrest Tucker Seu último papel principal no cinema.

❤️ Vida Pessoal

  • Casou-se em 1958 com Lola Van Wagenen, historiadora e ativista.

    • Tiveram quatro filhos: Scott (falecido em 1959, ainda bebê), Shauna, David James (“Jamie”) e Amy Redford.

    • Divorciaram-se em 1985.

  • Em 2009, casou-se novamente com Sibylle Szaggars, artista plástica alemã.

  • Redford sempre foi reservado e avesso à vida pública, preferindo viver em seu rancho em Utah.

  • Fundador do Sundance Institute (1981), criado para apoiar cineastas independentes.

    • O Sundance Film Festival, nascido desse projeto, tornou-se o maior festival de cinema independente do mundo.


🕰️ Cronologia – Linha do Tempo da Vida de Robert Redford

Ano Evento
1936 Nasce em Santa Monica, Califórnia.
1950s Abandona faculdade, viaja pela Europa e começa a estudar atuação.
1959 Inicia carreira na televisão americana.
1962 Estreia no cinema com War Hunt.
1967 Sucesso com Descalços no Parque.
1969 Lança Butch Cassidy and the Sundance Kid e se torna astro internacional.
1972–1976 Era de ouro com Jeremiah Johnson, The Sting e All the President’s Men.
1980 Vence o Oscar de Melhor Diretor por Gente Como a Gente.
1981 Funda o Sundance Institute.
1992–1998 Dirige grandes sucessos e consolida seu papel de mentor no cinema independente.
2000s Dedica-se a projetos ambientais e políticos.
2013 Interpreta All Is Lost, recebendo aclamação crítica.
2018 Anuncia aposentadoria como ator com The Old Man & the Gun.
2020s Mantém-se ativo em causas ambientais e como referência cultural.

🌎 Importância Histórica

  • Ícone do cinema americano dos anos 1970.

  • Pioneiro na promoção do cinema independente.

  • Equilibrava o charme hollywoodiano com papéis de conteúdo político e existencial.

  • Um dos poucos artistas a alcançar sucesso simultâneo como ator, diretor e produtor.

  • O Sundance Film Festival moldou carreiras de diretores como Quentin Tarantino, Steven Soderbergh e Darren Aronofsky.


🏆 Legado

  • Oscar, Globo de Ouro e Prêmio Cecil B. DeMille (pelo conjunto da obra).

  • Reverenciado como um dos homens mais influentes da história do cinema americano.

  • Inspiração para atores e diretores que buscam autenticidade e liberdade criativa.

  • Figura símbolo do ativismo ambiental e político no cinema.


📚 Bibliografia – Principais Livros sobre Robert Redford

Título Autor Ano Descrição
Robert Redford: The Biography Michael Feeney Callan 2011 Biografia autorizada, detalha sua vida e obra com base em entrevistas exclusivas.
Robert Redford and the American West James Spada 1996 Analisa a relação do ator com a imagem do “homem do Oeste” e seu papel na cultura americana.
Robert Redford: The Sundance Kid Lawrence J. Quirk 1974 Um dos primeiros estudos sobre sua persona cinematográfica.
Conversations with Robert Redford D. K. Holm 2009 Compilação de entrevistas com o ator/diretor sobre arte e política.
The Sundance Kid: An Unauthorized Biography Lawrence Linderman 1999 Biografia não oficial, explorando aspectos menos conhecidos de sua vida pessoal.


sábado, 4 de outubro de 2025

O Selvagem da Motocicleta

O Selvagem da Motocicleta
Um dos melhores filmes já feitos sobre delinquência juvenil e isso não é pouco já que existem clássicos absolutos sobre o tema (vide O Selvagem, Juventude Transviada e Vidas Amargas, entre outros). Coppola novamente dá show de direção com imagens inovadoras em cada cena (o filme tem tiradas ótimas como os peixes coloridos em um filme totalmente preto e branco e as nuvens marcando a passagem do tempo etc). Embora seja estrelado pelo ídolo dos anos 80, Matt Dillon, quem se destaca mesmo, com uma interpretação a la Actors Studio, é Mickey Rourke.

Interpretando um personagem chamado apenas de "Motorcycle Boy", Rourke desfila todo seu talento, mostrando um jovem sem perspectivas, melancólico, introspectivo e completamente cool. Na época de lançamento do filme foi comparado aos grandes ídolos do passado como Marlon Brando e James Dean. Outro destaque fica com Dennis Hooper, fazendo um pai ausente, com problemas de alcoolismo e totalmente fracassado. Diane Lane, muito jovem e linda, e Nicolas Cage (com vasta cabeleira) completam o talentoso grupo de atores e de quebra demonstram como o tempo muda as pessoas. A trilha sonora é de Stewart Copeland, do The Police, o que traz uma ótima atmosfera própria para o filme.

O Selvagem da Motocicleta (Rumble Fish, Estados Unidos, 1983) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Francis Ford Coppola, S. E. Hinton / Trilha Sonora: Stewart Copeland / Elenco: Matt Dillon, Mickey Rourke, Diane Lane, Dennis Hopper, Diana Scarwid, Vincent Spano, William Smith, S. E. Hinton, Sofia Coppola, Chris Penn, Michael Higgins, Nicolas Cage, Tom Waits, Laurence Fishburne / Sinopse: Jovem motoqueiro desiludido (Mickey Rourke) tenta ajudar seu irmão e seu pai após se tornar um ícone dos jovens moradores do local.

Pablo Aluísio.

domingo, 28 de setembro de 2025

Filmografia Mickey Rourke - Anos 80 e Anos 90


🎬 Década de 1980
Heaven’s Gate (O Portal do Paraíso) – 1980
Body Heat (Corpos Ardentes) – 1981
Diner (Quando os Jovens se Tornam Adultos) – 1982
Rumble Fish (O Selvagem da Motocicleta) – 1983
The Pope of Greenwich Village (Nos Calcanhares da Máfia) – 1984
Year of the Dragon (O Ano do Dragão) – 1985
9½ Weeks (9½ Semanas de Amor) – 1986
Barfly (Barfly – Condenados pelo Vício) – 1987
Angel Heart (Coração Satânico) – 1987
A Prayer for the Dying (Prece Para um Condenado) – 1987
Homeboy (Homeboy – Chance Para Vencer) – 1988
Johnny Handsome (Um Rosto Sem Passado) – 1989
Francesco (Francisco de Assis) – 1989
Wild Orchid (Orquídea Selvagem) – 1989

🎬 Década de 1990
Desperate Hours (Horas de Desespero) – 1990
White Sands (Areias Brancas) – 1992
Harley Davidson and the Marlboro Man (Harley Davidson e Marlboro Man) – 1991
The Last Outlaw (Os últimos Foras-da-Lei) -1993
FTW (Cúmplices do Desejo) - 1994
Fall Time (Fall Time - Brincando com o Perigo) - 1995
Bullet (Bullet) - 1996
Exit in Red (Sem título no Brasil) – 1996
Double Team (A Colônia) – 1997
Love in Paris (9 1/2 Semanas de Amor 2) - 1997
The Rainmaker (O Homem Que Fazia Chover) - 1997
Buffalo '66 (Buffalo 66) - 1998
Point Blank (Vingança à Queima-Roupa) – 1998
Thicker Than Blood (Mais Forte que a Amizade) - 1998
Thursday (Quinta-Feira Sangrenta) – 1998
Out in Fifty (Sem título no Brasil) – 1999
Shergar (O Cavalo Shergar) - 1999
Shades (Sem título no Brasil) – 1999
Animal Factory (Fábrica de Animais) – 1999

sábado, 27 de setembro de 2025

Subway

Título no Brasil: Subway
Título Original: Subway
Ano de Produção: 1985
País: França
Estúdio: Les Films du Loup, TSF Productions
Direção: Luc Besson
Roteiro: Luc Besson
Elenco: Christopher Lambert, Isabelle Adjani, Jean Reno, Richard Bohringer, Jean-Hugues Anglade, Jean-Pierre Bacrim

Sinopse:
Ao improvisar um roubo na casa de um magnata sombrio, Fred (Christopher Lambert) se refugia no universo hip e surreal do metrô de Paris e encontra seus habitantes variados, os capangas do magnata e sua jovem esposa desencantada. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

Comentários:
É interessante notar como os filmes "envelhecem". Esse "Subway" parece tão envelhecido nos dias de hoje. Muito mais "velho" do que filmes que foram feitos nos anos 70, 60... Ecos de uma linguagem que procurava imitar a publicidade dos anos 80. Com isso tudo ficou terrivelmente datado. E pensar que na época em que o filme chegou aos cinemas tudo parecia ser o suprassumo da modernidade. Pois é, meus caros cinéfilos, ver o ator Christopher Lambert com penteado cyberpunk pelos subterrâneos de Paris era visto como algo ultra pós-modernidade. Hoje em dia tudo só soa mesmo bem antigo e fora de moda. Outro fato que chama a atenção é que Lambert conseguia com esse filme emplacar três sucessos na sua carreira. Os outros dois eram "Highlander" e "Greystoke", o que levou algumas apressadas e imoderadas revistas de cinema do Brasil elegerem o ator como o "astro da década". Menos, bem menos, até porque ele iria cair numa decadência em sua carreira que seria algo espantoso. Melhor rever Isabelle Adjani. Como ela era bonita! Provavelmente uma das atrizes mais bonitas da década de 1980, sem favor algum! De qualquer maneira se você tiver curiosidade em saber o que era exibido em cineclubes cult nos anos 80, esse "Subway" será um belo exemplo do tipo de filme que passava nesses ambientes.

Pablo Aluísio.

sábado, 20 de setembro de 2025

Nosso Amor de Ontem

Título no Brasil: Nosso Amor de Ontem
Título Original: The Way We Were
Ano de Lançamento: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Arthur Laurents, Francis Ford Coppola
Elenco: Robert Redford, Barbra Streisand, Bradford Dillman, Patrick O'Neal, Murray Hamilton, Diana Ewing

Sinopse:
Dois jovens se conhecem na universidade e no começo não se dão muito bem. Ela é uma universitária ativista, muito ligada em política, enquanto ele é um cara bonitão, atleta e ligado em esportes. Ainda assim após um tempo começam a namorar. E depois de alguns anos na marinha ele retorna, tempos depois, para tentar reconstruir aquele belo relacionamento. 

Comentários:
Um filme romântico com aquele estilo dos velhos tempos. A publicidade dessa produção na época se baseou muito na união, pela primeira vez no cinema, de Robert Redford e Barbra Streisand, Duas pessoas bem diferentes. Ela era a preferida da crítica, representante jovem da classe artística judaica de Nova Iorque em Hollywood. Redford era o golden boy da indústria, um galã muito popular, o representante máximo do estilo dos antigos galãs made in USA. Curiosamente, embora tão diferentes em estilos, funcionaram perfeitamente no filme. Há química real nesse casal em cada cena. A trilha sonora também é muito boa, obviamente tendo a música tema do filme sendo cantada pela própria Barbra Streisand. Alguns dizem que o filme ficou com um estilo um pouco pesado demais, um dramalhão romântico um pouco fora do tom. Não penso assim. Assisti e apreciei o estilo do filme, sem dúvida um belo momento nas carreiras dessas duas grandes estrelas da história do cinema norte-americano. 

Pablo Aluísio.

sábado, 13 de setembro de 2025

Wall Street

Wall Street
Depois do grande sucesso de “Atração Fatal” o ator Michael Douglas resolveu unir forças com o polêmico diretor Oliver Stone. Ambos sempre foram ideologicamente muito próximos, seguindo a linha mais liberal e essa sincronia de pensamentos os levou a trabalhar juntos nesse “Wall Street”. O filme obviamente soava como uma crítica nada sutil aos executivos de Wall Street, o centro financeiro de Nova Iorque. Lá, onde fortunas eram ganhas praticamente da noite para o dia, convive uma série de "tubarões" do sistema capitalista americano, entre eles um dos mais agressivos é justamente Gordon Gekko (Michael Douglas), um sujeito sem qualquer escrúpulo que está mais interessado em especular e ganhar rios de dinheiro a todo custo, mesmo que de modo fraudulento, do que qualquer outra coisa. Do outro lado surge um recém chegado naquele mundo, o jovem Bud Fox (Charlie Sheen), que não demora a entender as regras do jogo naquele ambiente hostil e realmente selvagem.

Por falar em Charlie Sheen o ator era na época de “Wall Street” um dos mais promissores astros da nova geração de Hollywood. Ele havia estrelado o sucesso “Platoon” com o mesmo diretor Oliver Stone e na época era apontado, ao lado de Tom Cruise, como um dos grandes mega astros do futuro. O problema é que enquanto Cruise fazia de tudo para manter sua vida pessoal e imagem na linha, Sheen seguia o caminho oposto se envolvendo em escândalos com esquemas de prostituição e drogas, afundando suas pretensões de virar realmente uma estrela de cinema de primeira grandeza. Já Oliver Stone encontrou aqui um palco adequado para dar mais uma vez seu recado. Profundo contestador do sistema americano ele aqui centra fogo contra o lado mais desumano do capitalismo ianque, criticando dentro de sua estória um regime onde muitos não possuem quase nada e pouquíssimos se esbaldam em luxos e riqueza (muitas vezes sem nada terem feito de concreto para isso). Com sua visão política apurada Oliver Stone logo virou alvo de muitas críticas mas isso no fundo não importa pois o que sobressai no final é o fato de que o filme “Wall Street” é realmente muito bom, se tornando ainda hoje muito atual.

Wall Street – Poder e Cobiça (Wall Street, Estados Unidos, 1987) Direção: Oliver Stone / Roteiro:  Stanley Weiser, Oliver Stone / Elenco: Michael Douglas, Charlie Sheen, Tamara Tunie, Franklin, Martin Sheen / Sinopse: No mundo de Wall Street um velho e um novo especulador tentam enriquecer dentro do milionário mercado de ações da economia americana.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

O Poderoso Chefão

O Poderoso Chefão
Nesse ano "O Poderoso Chefão" completa 40 anos. Um dos grandes clássicos da história do cinema americano o filme segue inspirando cineastas e conquistando novas gerações. Baseado na obra imortal do escritor Mario Puzo o filme resistiu muito bem ao tempo mesmo revendo nos dias atuais sob uma ótica mais contemporânea. E pensar que o projeto quase foi arquivado pela Paramount por achá-lo fora de moda e sem chances de trazer grande retorno de bilheteria. Apenas a persistência pessoal do produtor Robert Evans salvou o filme, pois insistiu muito na idéia de trazer do papel para a tela a saga da família Corleone. Até a escalação do elenco gerou brigas internas dentro do estúdio. A simples menção do nome de Marlon Brando já causava arrepios na direção da Paramount. O ator era considerado naquele momento um astro decadente que havia arruinado sua carreira com brigas e confusões nos sets de filmagens pelos quais passou. Além de seu temperamento imprevisível Brando já não era mais visto como sinônimo de bilheteria há muito tempo pois suas últimas produções tinham se tornado grandes fracassos de público e crítica. 

A Paramount definitivamente não queria nem ouvir falar no nome do ator. Foi Evans que comprou a briga e apostou em Brando novamente. Ele inclusive teve que se passar por uma verdadeira humilhação para um nome de seu porte: fazer um teste de câmera para o papel, algo só destinado para novatos e inexperientes atores em começo de carreira. Como estava desesperado para voltar ao primeiro time Brando topou a situação, encheu as bochechas de algodão e mostrou sua visão pessoal de Vito Corleone para os chefões do estúdio. O resultado veio logo após quando todos ficaram maravilhados com o resultado. Certamente não havia mais dúvida e Brando foi contratado. Visto hoje em dia o filme se mostra muito atual e resistente ao tempo. Um de seus trunfos vem justamente da brilhante interpretação de Brando. Como conta em seu livro o ator não interpretou Corleone como um facínora e criminoso mas apenas como um pai de família que fez o que tinha que ser feito para proteger seus filhos. Brando inclusive chega a afirmar que Corleone seria mais ético e honesto do que muito executivo de multinacional que coloca os interesses de sua empresa acima do bem comum de todos. Sua postura de respeito com o personagem se mostrou muito acertada. No final todos ficaram gratificados. 

"O Poderoso Chefão" que foi realizado ao custo de meros seis milhões de dólares rendeu mais de trezentos milhões em bilheteria. Além disso foi premiado com os Oscars de Melhor Ator (Marlon Brando), Melhor Filme e Roteiro Adaptado e foi indicado aos de Ator Coadjuvante (James Caan, Robert Duvall e Al Pacino), Figurino, Direção, Edição, Trilha Sonora e Som. Um êxito sem precedentes. O Oscar de melhor ator para Marlon Brando aliás foi recusado por ele por causa do tratamento indigno que o cinema americano dava aos povos indígenas. O ator mandou uma atriz interpretar uma jovem índia na noite de entrega do prêmio, fato que causou muitas reações, inclusive de membros da Academia como John Wayne que quis entrar no palco para acabar com aquilo que em sua visão era uma "verdadeira palhaçada"! Quem pode entender os gênios como Brando afinal? Enfim escrever sobre "The Godfather" é secundário. O mais importante mesmo é assistir a essa grande obra prima de nosso tempo.  

O Poderoso Chefão (The Godfather, Estados Unidos, 1972) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Francis Ford Coppola, Mario Puzo / Elenco: Marlon Brando, Al Pacino, James Caan, John Cazale, Richard Conte, Robert Duvall, Diane Keaton. / Sinopse: "O Poderoso Chefão" conta a saga de uma família de imigrantes italianos liderados pelo grande patriarca Dom Vito Corleone (Marlon Brando).  

Pablo Aluísio.

sábado, 30 de agosto de 2025

Manhattan

Título no Brasil: Manhattan
Título Original: Manhattan
Ano de Produção: 1979
País: Estados Unidos
Estúdio: Jack Rollins & Charles H. Joffe Productions
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen, Marshall Brickman
Elenco: Woody Allen, Diane Keaton, Meryl Streep, Mariel Hemingway

Sinopse:
Isaac (Woody Allen) é um sujeito muito mal resolvido na vida sentimental. Ele acabou de se divorciar de Jill (Meryl Streep) mas não consegue cortar os laços afetivos com ela. Ao mesmo tempo está indeciso entre qual mulher ficará, Mary (Diane Keaton) ou Tracy (Mariel Hemingway), uma jovem estudante? No meio de tantas dúvidas resolve escrever um livro sobre aspectos pessoais de sua própria vida. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Mariel Hemingway) e Melhor Roteiro Original (Woody Allen, Marshall Brickman). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme - Drama.

Comentários:
Um dos filmes mais queridos da carreira de Woody Allen. Por essa época o diretor e ator já estava deixando completamente de lado sua imagem de humorista trapalhão para assumir uma postura bem mais cult e intelectual. "Manhattan" é bem isso. Uma tentativa (muito bem sucedida, aliás) de ser visto finalmente como diretor autoral, com conteúdo, que tinha algo relevante a dizer. Hoje em dia Allen está fazendo uma verdadeira tour mundial realizando filmes em diversas cidades mundo afora mas não é segredo para ninguém que ele ama mesmo é a cosmopolita Nova Iorque. Quem duvida ainda da afirmação precisa ver (ou rever) esse filme para entender. Allen adota um tom de carinho mesmo pela cidade, fazendo um painel muito amoroso com os recantos da grande maçã. Já em relação ao roteiro, sobre um homem de quarenta e poucos anos envolvido em diversos problemas amorosos não podemos deixar de fazer uma ligação com a própria vida do diretor. Os filmes de Allen sempre foram em maior ou menor grau apenas autobiografias disfarçadas em celuloide. Recentemente o diretor foi acusado por um de seus filhos adotivos de ter mantido relações indecorosas quando ela ainda era menor de idade. Pois bem, nesse roteiro Allen também se vê apaixonado por uma garota de apenas 17 anos! A vida imita a arte? Quem sabe...

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Carruagens de Fogo

Título no Brasil: Carruagens de Fogo
Título Original: Chariots of Fire
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Hugh Hudson
Roteiro: Colin Welland
Elenco: Ben Cross, Ian Holm, John Gielgud, Brad Davis, Ian Charleson, Nicholas Farrell

Sinopse:
A história, contada em flashback, mostra dois jovens velocistas britânicos que competem por fama e reconhecimento nos Jogos Olímpicos de 1924. Eric Liddell (Ian Charleson) é um missionário escocês devoto, que se dedica aos esportes para agradar ao seu Deus. Já Harold Abrahams (Ben Cross) procura ser aceito dentro da sociedade inglesa mais tradicional uma vez que suas origens judaicas o impede de ser bem recebido em certos setores da esnobe alta sociedade de Cambridge. Filme baseado em fatos reais.

Comentários:
Apesar de consagrado na Academia, onde foi indicado a sete Oscars, vencendo em quatro categorias (Melhor Filme, Roteiro, Figurino e Trilha Sonora), o filme nunca conseguiu se tornar uma unanimidade perante o público. Todos os ingredientes para um grande filme parecem estar presentes mas o cineasta Hugh Hudson não conseguiu imprimir um bom ritmo à película que sofre de vários problemas no desenvolvimento de seu enredo. Aliás essa sempre foi uma crítica presente em praticamente todos os filmes do diretor. Hudson parece vacilante em vários momentos, sem saber direito que rumo tomar, algo que se tornaria um grave problema em um de seus filmes seguintes, o mega fracasso "Revolução" com Al Pacino, que praticamente enterraria suas pretensões de dirigir filmes de grandes orçamentos ao longo do resto de sua carreira (nenhum estúdio tinha mais coragem de arriscar verdadeiras fortunas em filmes assinados pelo diretor). De qualquer forma alguns aspectos salvam "Chariots of Fire" do esquecimento, o mais forte deles a inesquecível trilha sonora de Vangelis, até hoje presente em quaisquer daquelas coletâneas do tipo "Os maiores sucessos do cinema" e similares. No geral é um bom filme, com história edificante e inspiradora, embora tenha passado longe de se tornar uma verdadeira obra prima merecedora de todos os Oscars que venceu.

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de agosto de 2025

Gandhi

Pode todo um império poderoso se curvar apenas ao peso de um ideal? A história de Gandhi prova que sim. De um lado temos o imenso, poderoso e dominador Império Britânico. Na época se dizia que o sol nunca se punha sob os domínios da Grã Bretanha, tamanha a sua extensão nos quatro cantos do mundo. Do outro lado havia esse indiano muito simples, de roupas despojadas, óculos desajeitados, uma pessoa que procurava viver como o mais humilde dos homens. Nesse choque de ideologias os fundamentos do pequeno homem acabaram vencendo os alicerces do majestoso Império de Vossa Majestade. Tudo baseado apenas em suas idéias de liberdade e autonomia. O mais grandioso na figura de Gandhi é que ele não liderou uma revolução armada mas sim um movimento de não violência, fundado apenas na ideologia da não violência, da convivência pacífica e no poder da argumentação lógica e sensata. Não é para menos que hoje em dia o mundo o conhece como Mahatma (grande alma). Ele conseguiu romper as amarras do colonialismo inglês para com seu país apenas pela força de sua mensagem. Uma revolução diferente, não feita de armas de fogo mas sim de pensamento e sensatez. 

Em 1982 o corajoso produtor e diretor Richard Attenborough resolveu levar a história de Gandhi para os cinemas. Uma decisão ousada uma vez que a história do líder indiano é muito intimista, teórica. Não haveria cenas de batalhas para encher as telas como nos antigos épicos, nada disso, o roteiro teria que se concentrar apenas na mensagem e na ideologia de Mahatma. Não há momentos extremamente dramáticos e nem grandes guerras ou algo parecido. Diante disso muitos achavam que essa era realmente uma história que não poderia ser levada às telas com êxito. Ledo engano. Gandhi não deixou de ser um filme fenomenal por essas razões, pelo contrário. Em ótima caracterização o ator Ben Kingsley literalmente encarnou o personagem em um dos melhores castings da história do cinema. A transposição da biografia de Gandhi foi tão bem sucedida no final das contas que conseguiu vencer todos os grandes prêmios em seu ano, inclusive vencendo o Oscar nas categorias de melhor filme, melhor diretor, melhor ator (Ben Kingsley), melhor roteiro original, melhor direção de arte, melhor fotografia, melhor figurino e melhor edição. Um grande filme para um grande homem. God Save The Queen.  

Gandhi (Gandhi, Estados Unidos, Inglaterra, 1982) Direção: Richard Attenborough / Roteiro: John Briley, Alyque Padamsee / Elenco: Ben Kingsley, Candice Bergen, Edward Fox, John Gielgud, Trevor Howard, John Mills, Martin Sheen / Sinopse: Cinebiografia do líder indiano Mahatma Gandhi. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Passagem para a Índia

Título no Brasil: Passagem para a Índia
Título Original: A Passage to India
Ano de Lançamento: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: EMI Films
Direção: David Lean
Roteiro: David Lean
Elenco: Alec Guinness, James Fox, Judy Davis, Peggy Ashcroft, Victor Banerjee, Nigel Havers

Sinopse:
Na era colonial, onde a Índia não passava de uma colônia do império britânico, um evento e um suposto crime abalam as estruturas daquela sociedade, colocando em polos opostos figuras importantes, tanto do lado inglês, como do lado indiano. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor atriz coadjuvante (Peggy Ashcroft) e melhor trilha sonora original (Maurice Jarre). 

Comentários:
David Lean não foi um diretor de cinema qualquer. Ele foi um dos grandes cineastas autorais da história da sétima arte. E esse, infelizmente, foi seu último filme. Nem preciso dizer que é outra obra-prima em uma filmografia realmente inigualável. Lean fazia cinema para quem amava cinema. Essa é uma das informações básicas que você precisa entender. E aqui seu grande cinema voltou a brilhar. Um filme que tem seu próprio ritmo e que de maneira sutil criticava a sociedade colonial inglesa, com todas as suas contradições, incoerências e também ambiguidades. Um retrato nada sutil daquela geração britânica que sustentou um sistema colonialista e exploratório que se estendia em praticamente todos os continentes do globo. E tudo isso emoldurado em uma boa e também trágica história para se  contar na tela grande. Enfim, uma despedida à altura daquele que pode ser considerado um dos grandes diretores de nossa época. 

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de agosto de 2025

Veludo Azul

Título no Brasil: Veludo Azul
Título Original: Blue Velvet
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: De Laurentiis Entertainment Group
Direção: David Lynch
Roteiro: David Lynch
Elenco: Isabella Rossellini, Kyle MacLachlan, Dennis Hopper, Laura Dern, Hope Lange, Dean Stockwell

Sinopse:
O jovem Jeffrey Beaumont (Kyle MacLachlan) encontra uma orelha decepada em um jardim. Em busca de respostas ele acaba caindo no lado mais obscuro de sua cidade, onde convivem estranhas pessoas como a cantora Dorothy Vallens (Isabella Rossellini) e o viciado perigoso Frank Booth (Dennis Hopper). Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor direção (David Lynch). 

Comentários:
Nunca foi a intenção do diretor David Lynch fazer um cinema convencional, dentro dos padrões. Pelo contrário, ele sempre preferiu o lado estranho e bizarro do mundo. Seus filmes, seus roteiros, rejeitam o normal, o comum. Esse "Veludo Azul" segue sendo um exemplo perfeito do tipo de cinema que ele sempre procurou fazer. E é também uma amostra da qualidade cinematográfica que ele atingiu em sua carreira. Em termos gerais é um filme de complicada definição. Na época de seu lançamento original muitos críticos afirmaram que era um tipo de novo cinema noir, utilizando a estética dos anos 40 em um cinema atual. Sim, há elementos noir nesse roteiro, inclusive ambientação, clima, etc, porém o estilo de David Lynch também é bem peculiar e singular, nada comparado com essa antiga escola cinematográfica. O saldo final é muito interessante. O espectador comum vai achar tudo meio estranho, com aspectos que não fazem muito sentido. O cinéfilo mais veterano por outro lado vai bater palmas para a coragem de Lynch, que aqui ousou sair do lugar comum, do banal e saturado cinema comercial americano.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de agosto de 2025

O Homem Elefante

Título no Brasil: O Homem Elefante
Título Original: The Elephant Man
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Brooksfilms
Direção: David Lynch
Roteiro: Christopher De Vore, Eric Bergren
Elenco: Anthony Hopkins, John Hurt, Anne Bancroft, John Gielgud, Helen Ryan, John Standing

Sinopse:
John Merrick (Hurt) nasceu com diversos problemas de formação. Sua aparência fora dos padrões o levou a ser isolado em um circo de aberrações onde passa a ser exibido como um monstro. O Dr. Frederick Treves (Anthony Hopkins) decide resgatá-lo daquela situação desumana. Filme indicado a 6 categorias no Oscar, entre elas melhor filme, melhor direção (David Lynch) e melhor ator (John Hurt).

Comentários:
Esse filme é realmente espetacular! Conta a história real de um inglês que durante a era vitoriana nasceu com uma síndrome rara, que lhe causou diferenças e anomalias em seu organismo e em sua aparência. Dito como um "monstro" ele ficou por anos sendo exibido em um daqueles circos de aberrações. Uma coisa tenebrosa em todos os sentidos. Isso durou até o ponto em que um médico se interessou pelo seu caso. O tirou do circo e procurou restaurar sua dignidade como homem e como ser humano. Esse filme me impactou fortemente quando o assisti. A história tem uma força impossível de se medir. Quem assiste fica com ele na mente por muitos anos. O roteiro, primoroso, mostra o pior e o melhor lado da humanidade. O pior se concretiza nas pessoas que o exploraram por anos e anos. O melhor vem na figura do doutor, brilhantemente interpretado por Anthony Hopkins, que o retira daquele circo de horrores para o resgatar de volta à vida, o tratando finalmente como o ser humano que sempre foi. E por baixo daquela aparência assustadora surgiu um homem culto, sensível, inteligente e muito interessante para todos os que tiveram a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente. O fato do filme ter sido rodado com fotografia em preto e branco o tornou ainda mais denso e marcante. Em suma, um dos filmes mais humanos e fortes que assisti em toda a minha vida. Uma verdadeira obra de arte da sétima arte.

Pablo Aluísio.

sábado, 9 de agosto de 2025

Coma

Título no Brasil: Coma
Título Original: Coma
Ano de Produção: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio:  Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Michael Crichton
Roteiro: Michael Crichton, Robin Cook
Elenco: Michael Douglas, Geneviève Bujold, Richard Widmark, Rip Torn, Lois Chiles

Sinopse:
Uma jovem médica de um hospital, chamada Susan Wheeler (interpretada pela atriz Geneviève Bujold), começa a perceber um padrão de ocorrências estranhas com os pacientes. De repente, pacientes saudáveis ​​desenvolvem complicações e acabam em coma. Ela começa a investigar e o que descobre é surpreendente.

Comentários:
Interessante filme com Michael Douglas. Embora o roteiro em determinado momento venha a cair nas bobagens típicas das teorias de conspirações malucas, o fato é que até chegar lá e de certa forma estragar o filme, tudo é bem desenvolvido, inclusive com bom uso de suspense. Pena que, como já escrevi, a coisa desande mesmo. Na década de 1970 filmes como essa, que ficaram conhecidos genericamente como Disaster Movies, entraram na moda de forma definitiva. O público adorava esse tipo de cenário, com o apocalipse batendo à porta. Mal sabiam as pessoas o que estava por vir, porque em dias de coronavírus esse drama médico fica parecendo brincadeira de criança. Filme premiado pela Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Atriz (Geneviève Bujold).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Gigolô Americano

Título no Brasil: Gigolô Americano
Título Original: American Gigolo
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Paul Schrader
Roteiro: Paul Schrader
Elenco: Richard Gere, Lauren Hutton, Hector Elizondo

Sinopse:
Julian (Richard Gere) é um homem sofisticado, fino e educado, que ganha a vida realizando programas sexuais com mulheres mais maduras e solitárias. Em um desses atendimentos algo saiu errado e ele acaba sendo acusado de assassinato. Sem álibi ou meios de refutar as acusações acaba entrando em uma teia de conspirações da qual não consegue mais sair.

Comentários:
Lançado no começo da década de 80 "Gigolô Americano" foi uma das produções mais conhecidas da carreira de Richard Gere. O filme ainda continua interessante e não envelheceu tanto assim. Na realidade o tema é até curioso e por isso pode ainda nos dias atuais chamar a atenção. Richard Gere, cheio de maneirismos e bastante jovem, está bem adequado ao papel muito embora a qualidade de sua interpretação seja oscilante, onde ele se sai melhor nas cenas de sedução. Já nos momentos mais dramáticos falta realmente maior domínio de cena. O roteiro tem uma contradição absurda. Em determinado momento do filme um marido traído lhe oferece dinheiro para que ele deixe de ter um caso com sua esposa. Cheio de escrúpulos o personagem de Gere recusa a proposta! Como engolir algo assim de uma pessoa que vive de comercializar justamente os envolvimentos com suas clientes, que faz programas em troca de dinheiro? Será que teria mesmo tantos valores morais de uma hora para outra? Realmente incoerente e inverossímil...

Outra questão não condizente com a realidade dos fatos surge quando Gere se recusa a fazer programas com homens, não aceitando ser "michê". Ora a prostituição masculina é quase que inteiramente vinculada a homossexuais, pois o serviço prestado a mulheres é infinitamente menor em termos de número de clientes e dinheiro. Se o gigolô feito por Gere se limitasse a só sair com mulheres ele certamente não conseguiria manter o alto padrão de vida que ostenta no filme (carro de luxo, apartamento chic e roupas de grife). Visualmente o filme tem uma estética que foi muito utilizada nos anos 80, com farto jogo de luz e sombra (como nos momentos em que a luz refletida nas persianas incide sobre os personagens). Esse mesmo artifício seria muito usado ainda em filmes como “Nove Semanas e Meia de Amor” (curiosamente com temática semelhante, erótica sensual). De qualquer forma, tirando esses problemas de lógica, "Gigolô Americano" é um bom filme, tem bom ritmo, tema chamativo e uma subtrama envolvendo assassinato. Vale a pena conferir (ou rever).

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de agosto de 2025

Quando os Jovens se Tornam Adultos

Assisti Diner há muitos anos. Hoje resolvi assistir de novo. Engraçado mas muitas vezes esquecemos os filmes, mesmo quando gostamos deles. É mais ou menos o que aconteceu comigo em relação a esse filme. Nada como uma revisão para refrescar a memória. O elenco é muito bom com vários atores que estavam quase "chegando lá" (todos eles acabariam fazendo uma ou outra coisa marcante em suas carreiras nos anos que viriam). Dentre eles Steve Gutemberg (creditado como o principal ator do elenco e que estrelaria duas franquias de sucesso, Loucademia de Policia e Cocoon), Kevin Bacon (antes de estourar nas bilheterias com Footloose) e até Paul Reisner (que iria fazer sucesso anos depois na série de TV "Louco por Você").

Embora todos eles sejam talentosos o destaque principal do elenco é mesmo Mickey Rourke. Fazendo um jovem que se mete em apuros por dever a um apostador, Mickey rouba literalmente todas as cenas em que aparece. Com nuances à la James Dean, Rourke (na época apenas um jovem promissor vindo do Actors Studio) faz jus ao seu talento de bom ator. O roteiro é centrado em diálogos bem bolados do grupo de amigos que estão numa fase em que não são mais jovens demais e devem decidir o rumo de suas vidas (o título nacional resume bem a situação). Além disso é semi biográfico por parte do diretor Barry Levinson, que aqui narra histórias de sua juventude na sua querida Baltimore. Enfim, é um filme excelente para quem quiser conferir boas atuações, tudo com leveza e um fino bom humor

Quando os Jovens se Tornam Adultos (Diner, Estados Unidos, 1982) Direção: Barry Levinson / Produção: Jerry Weintraub / Roteiro: Barry Levinson / Fotografia: Peter Sova / Trilha Sonora: Bruce Brody, Ivan Kral / Elenco: Steve Guttenberg, Daniel Stern, Mickey Rourke, Kevin Bacon, Tim Daly, Ellen Barkin, Paul Reiser, Kathryn Dowling, Michael Tucker / Sinopse: Cinco amigos na década de 50 em Baltimore passam pelas dificuldades e dramas típicos de suas idades.

Pablo Aluísio.