quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Madame Bovary

Madame Bovary
Esse é um drama baseado no famoso livro escrito por Gustave Flaubert em 1857. No mundo da literatura esse romance é considerado o primeiro na nova estética realista que em pouco tempo iria dar origem a toda uma nova escola literária (até mesmo o nosso consagrado autor Machado de Assis seguiria por essa nova vertente). O romance era de fato revolucionário por trazer uma protagonista que rompia com o estereótipo da jovem apaixonada, doce e ingênua, retratada em livros românticos da época. A personagem Emma parecia ser muito mais humana do que as mocinhas idealizadas do passado. Ela tinha muitos defeitos e não se encaixava no velho padrão, o que significava realmente uma ruptura com os antigos autores.

Nesse filme o diretor Sophie Barthes procurou não adaptar todo o enredo do livro original, mas apenas parte dele, o núcleo principal de sua estória. Assim personagens secundários foram eliminados (como a sogra e a filha de Emma na literatura), se concentrando apenas na personalidade sui generis da principal personagem. Emma, aqui interpretada pela atriz Mia Wasikowska (uma de minhas atrizes preferidas dessa nova geração), tem seu passado mostrado em rápidas cenas iniciais. Ela foi órfã, criada em um convento católico. Inicialmente ela pensa se tornar freira, mas depois, com a chegada da juventude, quando atinge a idade de se casar, acaba sendo prometida em casamento a um jovem médico do interior, Charles (Henry Lloyd-Hughes).

O começo de seu casamento é até promissor. O marido é um bom homem, trabalhador e responsável. Infelizmente ele também é completamente destituído de carisma pessoal, um sujeito enfadonho e chato. No fundo Emma não o ama. O casamento foi apenas uma questão de conveniência em sua vida. O tédio que a vida de Emma vai se transformando acaba mudando até mesmo seu jeito de ser. De origem humilde, calada e tímida, ela começa a desenvolver gosto pelo luxo e pela ostentação. Começa a gastar furiosamente, comprando vestidos caros, da moda. Em pouco tempo resolve remodelar toda a sua casa, comprando móveis, tapetes e utensílios vultuosos, algo que seu marido, mesmo sendo um médico, não consegue mais pagar. Pior do que isso, ela começa a flertar com outros homens interessantes da região, como um Marquês que acaba acendendo nela finalmente a chama da paixão em seu coração.

A partir daí começa o desastre. As coisas vão perdendo o rumo e Emma vai se tornando uma pária social, por causa de seu comportamento transgressor. O filme (e obviamente o livro que lhe deu origem) procura sutilmente mostrar as mudanças de comportamento que foram surgindo ao longo do século XIX, quando as mulheres passaram a ter uma postura e uma atitude mais ativas, seguindo seus próprios instintos, não se conformando em ser apenas aquele tipo de dona de casa apagada, vivendo eternamente à sombra do marido ou de um casamento infeliz. Com ótima produção, perfeita reconstituição histórica, excelente trilha sonora incidental (toda ao piano, em peças clássicas), o filme é aquele tipo de produção que vai satisfazer até mesmo os gostos mais sofisticados e exigentes.


Madame Bovary (Madame Bovary, Estados Unidos, Bélgica, Alemanha, 2014) Direção: Sophie Barthes / Roteiro: Felipe Marino (assinando como Rose Barreneche), baseado na obra de Gustave Flaubert / Elenco: Mia Wasikowska, Henry Lloyd-Hughes, Logan Marshall-Green, Paul Giamatti, Laura Carmichael / Sinopse: Emma (Mia Wasikowska) é uma jovem órfã e pobre que após se casar com um médico do interior começa a adquirir o gosto pelo luxo - e pela luxúria, colocando em polvorosa uma pequena cidade de hábitos conservadores do século XIX.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Sonhos de um Sedutor

Título no Brasil: Sonhos de um Sedutor
Título Original: Play It Again, Sam
Ano de Lançamento: 1972
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Herbert Ross
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Diane Keaton, Tony Roberts, Jerry Lacy, Susan Anspach, Jennifer Salt

Sinopse:
Um crítico de cinema de Nova Iorque é abandonado pela esposa que lhe comunica que deseja o divórcio. Agora ele precisa arranjar uma nova namorada e isso definitivamente não vai ser algo fácil de arranjar, mesmo com a ajuda providencial de um casal de amigos e do próprio Humphrey Bogart que sai das telas de cinema para lhe dar uma ajudinha. 

Comentários:
Eu dei boas risadas com esse filme! Para um roteiro que tinha como objetivo justamente esse, não poderia haver elogio maior. Inclusive é um dos filmes preferidos do próprio Allen. Ele recentemente o colocou numa exclusiva lista de seus 10 melhores filmes, assim não há mesmo muito o que discutir. Woody Allen brinca com sua imagem pública e nunca se deu tão bem. O roteiro desse filme foi baseado numa peça escrita para o teatro. Provavelmente por essa razão seja tão divertida já que Allen antes do cinema ganhava a vida se apresentando em pequenos teatros de Nova Iorque. Nessas apresentações ele tinha mesmo que fazer rir seu público ou então era vaiado, colocado pra fora do palco. Inclusive a cena que mais me divertiu foi justamente a que ele recebe uma nova garota em seu apartamento. Essa cena foi tirada diretamente da peça teatral, de forma literal. Ele está totalmente nervoso com a situação, mas tenta disfarçar, o que dá origens a momentos de puro humor físico, o que nem sempre foi do feitio de Allen, que sempre preferiu um tipo de humor mais intelectual. Enfim, se tiver que assistir a apenas um filme dele, escolha esse. A diversão estará garantida. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 14 de outubro de 2025

Diane Keaton (1946 - 2025)

Diane Keaton (1946 - 2025)
Essa semana tivemos a triste notícia de sua morte. Então vamos aqui relembrar os principais momentos de sua carreira e sua vida pessoal. É um guia sobre essa grande atriz. 
Aqui está um perfil completo de Diane Keaton, uma das atrizes mais icônicas e versáteis do cinema norte-americano:

Diane Keaton

Biografia

Diane Keaton nasceu em 5 de janeiro de 1946, em Los Angeles, Califórnia, EUA. Seu nome de batismo é Diane Hall, mas ela adotou o sobrenome “Keaton” (o de solteira da mãe) quando se registrou no sindicato dos atores, pois já havia outra atriz chamada Diane Hall.

Formou-se em Teatro na Neighborhood Playhouse School of the Theatre, em Nova York, e iniciou sua carreira nos palcos antes de se tornar uma estrela de Hollywood. Conhecida por sua originalidade, carisma excêntrico e estilo único, Keaton tornou-se um símbolo de independência feminina no cinema dos anos 1970 em diante.


Estréia no Teatro

Diane Keaton estreou profissionalmente no teatro no final dos anos 1960, participando de produções off-Broadway.
Seu grande destaque veio com a peça “Hair” (1968), musical revolucionário da contracultura.
Pouco depois, em 1969, foi escalada para a peça “Play It Again, Sam” (Sonhos de um Sedutor), escrita e estrelada por Woody Allen. O sucesso dessa montagem a levou ao cinema — repetindo o papel na versão cinematográfica de 1972.


🎬 Principais Filmes

Diane Keaton construiu uma filmografia rica, equilibrando comédias, dramas e romances. Entre seus principais filmes:

  • O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972) – como Kay Adams, esposa de Michael Corleone.

  • Sonhos de um Sedutor (Play It Again, Sam, 1972) – com Woody Allen.

  • O Poderoso Chefão – Parte II (The Godfather: Part II, 1974).

  • Annie Hall (Annie Hall, 1977) – papel que a consagrou e lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz.

  • Interiores (Interiors, 1978).

  • Manhattan (Manhattan, 1979).

  • Reds (Reds, 1981) – indicada ao Oscar por seu papel como Louise Bryant.

  • A Difícil Arte de Amar (Crimes of the Heart, 1986).

  • O Pai da Noiva (Father of the Bride, 1991) e O Pai da Noiva 2 (1995).

  • As Filhas de Marvin (Marvin’s Room, 1996).

  • Alguém Tem que Ceder (Something’s Gotta Give, 2003) – com Jack Nicholson, outra indicação ao Oscar.

  • A Primeira Vista do Amor (Because I Said So, 2007).

  • Book Club: O Clube do Livro (Book Club, 2018) e sua sequência (Book Club: The Next Chapter, 2023).


Prêmios Conquistados

  • Oscar de Melhor AtrizAnnie Hall (1977).

  • Globo de Ouro de Melhor Atriz (Comédia/Romance)Annie Hall (1978) e Something’s Gotta Give (2004).

  • BAFTA de Melhor AtrizAnnie Hall.

  • Prêmio AFI Life Achievement Award (2017) – reconhecimento pelo conjunto da obra.

  • Diversas indicações ao Emmy, SAG Awards e Critics Choice Awards.

Vida Pessoal e Relacionamentos com Famosos

Diane Keaton nunca se casou, algo que ela sempre mencionou com humor e orgulho.
Durante sua vida, teve relacionamentos notórios com figuras importantes do cinema:

  • Woody Allen, durante os anos 1970.

  • Warren Beatty, com quem atuou em Reds (1981).

  • Al Pacino, seu parceiro de cena em O Poderoso Chefão — o relacionamento foi intermitente e terminou nos anos 1980.

Keaton sempre preservou sua privacidade e manteve uma imagem discreta, fora dos escândalos típicos de Hollywood.


Filhos

Diane Keaton adotou dois filhos na década de 1990:

  • Dexter Keaton, adotada em 1996.

  • Duke Keaton, adotado em 2001.
    Ela frequentemente fala sobre como a maternidade tardia transformou sua vida.


Moda e Estilo Pessoal

Keaton é considerada um ícone fashion.
Seu estilo inconfundível combina ternos masculinos, chapéus, gravatas, coletes e roupas oversized, sempre com um toque vintage e elegante.
Desde Annie Hall, seu figurino — criado com a própria contribuição da atriz — influenciou a moda feminina, tornando o estilo andrógino uma tendência mundial.
Ela é conhecida por usar roupas de alfaiataria, cores neutras e acessórios ousados, sendo referência de autenticidade e sofisticação.


Legado

Diane Keaton é uma das atrizes mais respeitadas de Hollywood, símbolo de independência, talento e estilo.
Sua carreira influenciou gerações de atrizes por sua capacidade de transitar entre a comédia romântica e o drama com naturalidade.
Além de atriz, é diretora, produtora e escritora, tendo publicado livros de memórias e de fotografia.
Seu legado ultrapassa o cinema: representa a mulher moderna, criativa e livre das convenções — tanto na arte quanto na vida.

Cronologia da Carreira de Diane Keaton

Década de 1960 – Início no Teatro

  • 1966–1968: Estuda teatro na Neighborhood Playhouse School of the Theatre, em Nova York.

  • 1968: Faz sua estreia profissional no musical Hair, um dos símbolos da contracultura.

  • 1969: Participa da peça Play It Again, Sam, escrita por Woody Allen — peça que muda sua vida profissional.


Década de 1970 – Ascensão e Consagração

  • 1970: Faz pequenas participações em séries e programas de TV.

  • 1972: Estreia no cinema com destaque em Play It Again, Sam (Sonhos de um Sedutor).

  • 1972: É escalada por Francis Ford Coppola para viver Kay Adams em O Poderoso Chefão, papel que a projeta internacionalmente.

  • 1974: Retorna na sequência O Poderoso Chefão: Parte II.

  • 1977: Interpreta Annie Hall no filme homônimo de Woody Allen, pelo qual ganha o Oscar, BAFTA e Globo de Ouro de Melhor Atriz.

  • 1978: Atua em Interiores, um drama familiar de Woody Allen.

  • 1979: Brilha em Manhattan, um dos maiores sucessos de Allen.

Marco: Diane Keaton torna-se ícone do cinema e símbolo do estilo “natural e independente” da mulher moderna dos anos 1970.


Década de 1980 – Reconhecimento e Maturidade

  • 1981: Atua e é indicada ao Oscar por Reds, dirigido por Warren Beatty.

  • 1982: Protagoniza Shoot the Moon, drama familiar elogiado pela crítica.

  • 1984: Faz Mrs. Soffel, drama histórico com Mel Gibson.

  • 1986: Atua em Crimes of the Heart, ao lado de Jessica Lange e Sissy Spacek.

  • 1987: Dirige seu primeiro longa-metragem, Heaven, um documentário filosófico sobre a ideia de paraíso.

  • 1989: Dirige o filme para TV Wildflower, com Patricia Arquette e Reese Witherspoon.

Marco: Expande sua carreira como diretora, demonstrando interesse por temas existenciais e visuais experimentais.


Década de 1990 – Popularidade e Diversificação

  • 1991: Retorna às grandes bilheterias com O Pai da Noiva, com Steve Martin.

  • 1993: Dirige Amelia Earhart: The Final Flight (TV).

  • 1995: Lança O Pai da Noiva 2.

  • 1996: Ganha aclamação com As Filhas de Marvin (Marvin’s Room), ao lado de Meryl Streep e Leonardo DiCaprio — indicada novamente ao Oscar.

  • 1997: Dirige Unstrung Heroes, filme indicado ao Globo de Ouro.

  • 1999: Atua em The Other Sister e Hanging Up (também dirigida por ela).

Marco: Torna-se uma figura estável em Hollywood, transitando entre papéis de mãe e mulher independente, mantendo sempre o prestígio artístico.


Década de 2000 – Reencontro com o Sucesso Popular

  • 2000: Estrela Town & Country com Warren Beatty.

  • 2003: Protagoniza Alguém Tem que Ceder (Something’s Gotta Give), com Jack Nicholson — sucesso mundial e nova indicação ao Oscar e Globo de Ouro.

  • 2005: Atua em O Casamento de Rachel e A Família Stone (The Family Stone).

  • 2007: Estrela a comédia romântica Because I Said So (A Primeira Vista do Amor).

Marco: Reafirma-se como ícone de comédias românticas maduras, mostrando que talento e charme não têm idade em Hollywood.


Década de 2010 – Livros, TV e Reconhecimento

  • 2010: Lança seu livro de memórias Then Again, dedicado à sua mãe.

  • 2013: Publica o livro Let’s Just Say It Wasn’t Pretty, sobre beleza, envelhecimento e autenticidade.

  • 2016: Atua em Love the Coopers e em Finding Dory (voz).

  • 2017: Recebe o AFI Life Achievement Award, a maior honraria do cinema americano.

  • 2018: Retorna com a comédia Book Club, sucesso de público.

Marco: Torna-se referência cultural também como escritora e figura inspiradora para mulheres maduras no entretenimento.


Década de 2020 – Ícone Ativo e Atemporal

  • 2020: Continua aparecendo em produções leves e elegantes, além de entrevistas e eventos sobre cinema e moda.

  • 2023: Lança Book Club: The Next Chapter, sequência do sucesso anterior.

  • Trabalha também em projetos de arquitetura, restauração de casas antigas e fotografia, áreas pelas quais é apaixonada.

Marco: Aos 70+ anos, mantém relevância artística e carisma público, sendo uma das poucas atrizes da Nova Hollywood ainda em plena atividade.


🎬 Como Diretora e Produtora

Diane Keaton dirigiu diversos projetos que exploram o visual, a filosofia e a emoção humana:

  • Heaven (1987) – documentário sobre a ideia de paraíso.

  • Wildflower (1991) – filme para TV indicado ao Globo de Ouro.

  • Amelia Earhart: The Final Flight (1994) – filme biográfico para televisão.

  • Unstrung Heroes (1995) – drama familiar indicado ao Globo de Ouro.

  • Hanging Up (2000) – comédia dramática estrelada por Meg Ryan e Lisa Kudrow.

Além disso, produziu e atuou em diversos projetos independentes e documentários sobre arquitetura e fotografia.


Legado Final

Diane Keaton é um ícone cultural completo:
Atriz premiada e respeitada por críticos e público.
Escritora de sucesso e cronista da vida feminina moderna.
Ícone fashion eterno, com estilo inconfundível e autêntico.
Representante da mulher autônoma, criativa e fora dos padrões convencionais de Hollywood.


sábado, 11 de outubro de 2025

Filmografia Robert Redford


Filmografia Robert Redford

Década de 1960:
Até os Fortes Vacilam (1960)
Obsessão de Matar (1962)
Situação Crítica, Porém jeitosa (1965)
Á Procura do Destino (1965)
Caçada Humana (1966)
Esta Mulher é Proibida (1966)
Descalços no Parque (1967)
Butch Cassidy (1969)
Os Amantes do Perigo (1969)
Willie Boy (1969)

Década de 1970:
As Máquinas Quentes (1970)
Os Quatro Picaretas (1972)
Mais Forte Que a Vingança (1972)
O Candidato (1972)
Nosso Amor de Ontem (1973)
Golpe de Mestre (1973)
O Grande Gatsby (1974)
Quando as Águias se Encontram (1975)
Três Dias do Condor (1975)
Todos os Homens do Presidente (1975)
Uma Ponte Longe Demais (1977)
O Cavaleiro Elétrico (1979)

Década de 1980:
Brubaker (1980)
Um Homem Fora de Sèrie (1984)
Entre Dois Amores (1985)
Perigosamente Juntos (1986)

Década de 1990:
Havana (1990)
Quebra de Sigilo (1992)
Nada é Para Sempre (1992)
Proposta Indecente (1993)
Íntimo e Pessoal (1996)
O Encantador de Cavalos (1998)

Década de 2000:
A Última Fortaleza (2001)
Jogo de Espiões (2001)
Refém de uma Vida (2004)
Um Lugar para Recomeçar (2005)
Leões e Cordeiros (2007)

Década de 2010:
Sem Proteção (2012)
Até o Fim (2013)
Capitão América: O Soldado Invernal (2014)
Por Aqui e Por Ali / Uma Caminhada na Floresta (2015)
Conspiração e Poder (2015)
A Descoberta (2017)
Nossas Noites (2017)
O Velho e a Arma (2018)
Vingadores: Ultimato (2019)

Obs: Listados todos os filmes de cinema em que Robert Redford trabalhou como ator. Não estão incluídos trabalhos em séries de televisão e nem trabalhos de dublagem ou narração em animações, documentários, etc. Também não foram incluídos filmes em que ele apenas trabalhou na direção, sem fazer parte do elenco do filme. 

Pesquisa: Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Descalços no Parque

Título no Brasil: Descalços no Parque
Título Original: Barefoot in the Park
Ano de Produção: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Gene Saks
Roteiro: Neil Simon
Elenco: Robert Redford, Jane Fonda, Charles Boyer, Mildred Natwick 
  
Sinopse:
Um jovem casal recém-casado se muda para um pequeno e frio apartamento em Nova Iorque. Ele, Paul Bratter (Robert Redford), é um advogado em começo de carreira, conservador e presunçoso. Ela, Corie Bratter (Jane Fonda), acaba sendo o extremo oposto dele, uma jovem com ideias liberais, espírito livre e independente, que gosta de fazer tudo o que lhe traga prazer e aventura. Mesmo sendo tão diferentes vão morar juntos nesse prédio localizado no Washington Square Park, onde aprenderão a viver a dura rotina de um casamento. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Mildred Natwick). Também indicado ao Bafta Awards na categoria de Melhor Atriz (Jane Fonda).

Comentários:
Baseado numa peça teatral escrita pelo ótimo Neil Simon, "Barefoot in the Park" é um clássico romântico que se desenvolve na rotina desse casal que, aos poucos, vai descobrindo as delícias e torturas de se viver sob um mesmo teto. Além de possuírem personalidades conflitantes (a ponto inclusive de pararmos para perguntar como se apaixonaram!), eles precisam contornar os pequenos problemas do dia a dia, a rotina maçante e enervante de ter que conviver no cotidiano. Costuma-se dizer que nada é mais eficaz para se destruir um relacionamento e uma paixão do que o próprio casamento! Ironias à parte, o que vale mesmo aqui é a ótima atuação tanto de Robert Redford como de Jane Fonda (interpretando uma personagem que diga-se de passagem é quase uma caricatura de si mesmo, de sua vida real). Ambos estavam jovens e adoráveis e a excelente química deles funciona perfeitamente bem. Só não recomendo o filme para pessoas que não gostam muito de tramas passadas quase que inteiramente dentro de ambientes fechados, com muitos diálogos e jeitão de peça de teatro. O filme é bem isso, por essa razão se esse não for o seu tipo de filme é melhor esquecer. Não que se trate de algo chato, pelo contrário, o humor de Neil Simon alivia bastante esse aspecto, mas o estilo teatral realmente se impõe em vários momentos. No mais, para quem gosta de boas atuações e bom cinema, "Descalços no Parque" é uma ótima pedida para se assistir a dois, mesmo que isso acabe dando margem para intermináveis discussões sobre seu próprio relacionamento amoroso depois com sua companheira.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Robert Redford (1936 - 2025)


Aqui está um perfil completo e atualizado de Robert Redford, um dos artistas mais importantes da história do cinema americano — ator, diretor, produtor e ícone cultural.

🎭 Robert Redford — Biografia Completa

📖 História

Charles Robert Redford Jr. nasceu em 18 de agosto de 1936, em Santa Monica, Califórnia (EUA).
Filho de Charles Redford Sr., contador, e Martha Hart Redford, cresceu em um ambiente de classe média modesta.
Durante a juventude, estudou na University of Colorado, mas abandonou os estudos após se envolver com bebida e perder a bolsa esportiva.
Viajou pela Europa, especialmente França e Itália, onde desenvolveu interesse por arte e teatro.
Ao retornar aos EUA, estudou atuação na American Academy of Dramatic Arts, em Nova York, e começou no teatro antes de chegar à televisão e ao cinema no fim dos anos 1950.


🎬 Principais Filmes da Carreira

Ano Título Papel Observações
1962 War Hunt Ken Estreia no cinema.
1966 Inside Daisy Clover Wade Lewis Primeiro grande destaque em Hollywood.
1967 Barefoot in the Park (Descalços no Parque) Paul Bratter Com Jane Fonda — enorme sucesso de bilheteria.
1969 Butch Cassidy and the Sundance Kid (Butch Cassidy) Sundance Kid Clássico com Paul Newman; consagração mundial.
1972 Jeremiah Johnson Jeremiah Johnson Western de sucesso e marco na carreira.
1973 The Sting (Golpe de Mestre) Johnny Hooker Oscar de Melhor Filme; parceria com Newman.
1973 The Way We Were (Nosso Amor de Ontem) Hubbell Gardiner Drama romântico com Barbra Streisand.
1975 Three Days of the Condor (Três Dias do Condor) Joe Turner Thriller político e um de seus papéis mais lembrados.
1976 All the President’s Men (Todos os Homens do Presidente) Bob Woodward Indicado ao Oscar; marco do cinema político.
1980 Ordinary People (Gente Como a Gente) Diretor Oscar de Melhor Diretor.
1992 A River Runs Through It (Nada É para Sempre) Diretor / Produtor Drama familiar com Brad Pitt.
1994 Quiz Show – A Verdade dos Bastidores Diretor Indicado ao Oscar de Melhor Diretor.
1998 The Horse Whisperer (O Encantador de Cavalos) Tom Booker / Diretor Sucesso de crítica e público.
2013 All Is Lost (Até o Fim) O próprio (“O Homem”) Atuação solo, aclamada mundialmente.
2018 The Old Man & the Gun (Um Ladrão com Estilo) Forrest Tucker Seu último papel principal no cinema.

❤️ Vida Pessoal

  • Casou-se em 1958 com Lola Van Wagenen, historiadora e ativista.

    • Tiveram quatro filhos: Scott (falecido em 1959, ainda bebê), Shauna, David James (“Jamie”) e Amy Redford.

    • Divorciaram-se em 1985.

  • Em 2009, casou-se novamente com Sibylle Szaggars, artista plástica alemã.

  • Redford sempre foi reservado e avesso à vida pública, preferindo viver em seu rancho em Utah.

  • Fundador do Sundance Institute (1981), criado para apoiar cineastas independentes.

    • O Sundance Film Festival, nascido desse projeto, tornou-se o maior festival de cinema independente do mundo.


🕰️ Cronologia – Linha do Tempo da Vida de Robert Redford

Ano Evento
1936 Nasce em Santa Monica, Califórnia.
1950s Abandona faculdade, viaja pela Europa e começa a estudar atuação.
1959 Inicia carreira na televisão americana.
1962 Estreia no cinema com War Hunt.
1967 Sucesso com Descalços no Parque.
1969 Lança Butch Cassidy and the Sundance Kid e se torna astro internacional.
1972–1976 Era de ouro com Jeremiah Johnson, The Sting e All the President’s Men.
1980 Vence o Oscar de Melhor Diretor por Gente Como a Gente.
1981 Funda o Sundance Institute.
1992–1998 Dirige grandes sucessos e consolida seu papel de mentor no cinema independente.
2000s Dedica-se a projetos ambientais e políticos.
2013 Interpreta All Is Lost, recebendo aclamação crítica.
2018 Anuncia aposentadoria como ator com The Old Man & the Gun.
2020s Mantém-se ativo em causas ambientais e como referência cultural.

🌎 Importância Histórica

  • Ícone do cinema americano dos anos 1970.

  • Pioneiro na promoção do cinema independente.

  • Equilibrava o charme hollywoodiano com papéis de conteúdo político e existencial.

  • Um dos poucos artistas a alcançar sucesso simultâneo como ator, diretor e produtor.

  • O Sundance Film Festival moldou carreiras de diretores como Quentin Tarantino, Steven Soderbergh e Darren Aronofsky.


🏆 Legado

  • Oscar, Globo de Ouro e Prêmio Cecil B. DeMille (pelo conjunto da obra).

  • Reverenciado como um dos homens mais influentes da história do cinema americano.

  • Inspiração para atores e diretores que buscam autenticidade e liberdade criativa.

  • Figura símbolo do ativismo ambiental e político no cinema.


📚 Bibliografia – Principais Livros sobre Robert Redford

Título Autor Ano Descrição
Robert Redford: The Biography Michael Feeney Callan 2011 Biografia autorizada, detalha sua vida e obra com base em entrevistas exclusivas.
Robert Redford and the American West James Spada 1996 Analisa a relação do ator com a imagem do “homem do Oeste” e seu papel na cultura americana.
Robert Redford: The Sundance Kid Lawrence J. Quirk 1974 Um dos primeiros estudos sobre sua persona cinematográfica.
Conversations with Robert Redford D. K. Holm 2009 Compilação de entrevistas com o ator/diretor sobre arte e política.
The Sundance Kid: An Unauthorized Biography Lawrence Linderman 1999 Biografia não oficial, explorando aspectos menos conhecidos de sua vida pessoal.


sábado, 4 de outubro de 2025

O Selvagem da Motocicleta

O Selvagem da Motocicleta
Um dos melhores filmes já feitos sobre delinquência juvenil e isso não é pouco já que existem clássicos absolutos sobre o tema (vide O Selvagem, Juventude Transviada e Vidas Amargas, entre outros). Coppola novamente dá show de direção com imagens inovadoras em cada cena (o filme tem tiradas ótimas como os peixes coloridos em um filme totalmente preto e branco e as nuvens marcando a passagem do tempo etc). Embora seja estrelado pelo ídolo dos anos 80, Matt Dillon, quem se destaca mesmo, com uma interpretação a la Actors Studio, é Mickey Rourke.

Interpretando um personagem chamado apenas de "Motorcycle Boy", Rourke desfila todo seu talento, mostrando um jovem sem perspectivas, melancólico, introspectivo e completamente cool. Na época de lançamento do filme foi comparado aos grandes ídolos do passado como Marlon Brando e James Dean. Outro destaque fica com Dennis Hooper, fazendo um pai ausente, com problemas de alcoolismo e totalmente fracassado. Diane Lane, muito jovem e linda, e Nicolas Cage (com vasta cabeleira) completam o talentoso grupo de atores e de quebra demonstram como o tempo muda as pessoas. A trilha sonora é de Stewart Copeland, do The Police, o que traz uma ótima atmosfera própria para o filme.

O Selvagem da Motocicleta (Rumble Fish, Estados Unidos, 1983) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Francis Ford Coppola, S. E. Hinton / Trilha Sonora: Stewart Copeland / Elenco: Matt Dillon, Mickey Rourke, Diane Lane, Dennis Hopper, Diana Scarwid, Vincent Spano, William Smith, S. E. Hinton, Sofia Coppola, Chris Penn, Michael Higgins, Nicolas Cage, Tom Waits, Laurence Fishburne / Sinopse: Jovem motoqueiro desiludido (Mickey Rourke) tenta ajudar seu irmão e seu pai após se tornar um ícone dos jovens moradores do local.

Pablo Aluísio.